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10º Congresso Brasileiro de Jornais

Jurista colombiana recebe o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa

Catalina Botero foi agraciada durante o 10º Congresso Brasileiro de Jornais

Juliana Bublitz

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Luciano Vicioni / Estúdio3X
Catalina Botero é relatora de Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA)

O 10º Congresso Brasileiro de Jornais (10º CBJ), que segue até o fim da tarde desta terça-feira, em São Paulo, foi marcado por uma declaração de confiança no jornalismo durante o turno da manhã.

Ao receber o Prêmio ANJ de Liberdade de Imprensa, a jurista colombiana Catalina Botero - relatora de Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) - fez um discurso incisivo a respeito da importância dos jornais para a consolidação da democracia.

Catalina foi agraciada devido ao seu trabalho à frente da relatoria. Há seis anos, ela vem defendendo o direito à liberdade de expressão nas Américas, batendo de frente com interesses contrários de governos da região, como Venezuela e Equador. Em julho, ela apresentou um documento listando os assassinatos de 78 jornalistas entre 2010 e 2013, em 35 países do continente.

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- A escolha de Catalina é, também, uma manifestação de apoio, por parte da ANJ, diante das hostilidades sofridas por ela e pela relatoria - disse Francisco Mesquita Neto, do Comitê de Liberdade de Expressão da ANJ, a quem coube entregar a premiação, criada em 2008.

Emocionada, Catalina fez um discurso histórico e foi aplaudida de pé pelos 600 participantes do congresso, em sua maioria executivos dos principais grupos de comunicação no país. Destacou a coragem de jornalistas que revelam "complexas tramas de corrupção" e o "trabalho lento, rigoroso e complexo do jornalismo profissional".

Falou sobre a importância das redes sociais e das notícias produzidas para o rádio e a TV, mas dedicou a maior parte de sua fala aos periódicos que mantêm versões impressas. Para a jurista, "é na primeira página que estão os fatos mais importantes", que ficam gravados para a história e que não podem "ser atualizados a cada três minutos".

- Devo confessar que existe uma razão muito mais íntima para a minha defesa da liberdade de imprensa: não suporto o autoritarismo e admiro até o fim as pessoas livres, o jornalismo independente, o pensamento crítico - afirmou a jurista.

Catalina é magistrada auxiliar da Corte Constitucional da Colômbia desde 2005. Formada em Direito, em 1988, pela Universidad de los Andes, tem pós-graduação na mesma instituição colombiana e em outras três instituições espanholas. Na Colômbia, foi assessora do procurador-geral da Nação; diretora da Dirección Nacional de Promoción y Divulgación de los Derechos Humanos en la Defensoría del Pueblo de Colombia; diretora de Consultorías en Derechos Humanos y Derecho Internacional Humanitario en la Fundación Social e professora e pesquisadora da Facultada de Direito da Universidad de los Andes e de outras universidades colombianas e estrangeiras. É autora de livros e ensaios sobre liberdade de expressão, direito constitucional, direito penal internacional e justiça em processos de transição política, publicados em vários países.

A manhã desta terça-feira, também foi dedicada, no 10º CBJ, à posse da diretoria da ANJ eleita para o biênio 2014-2016, com a recondução de Carlos Fernando Lindenberg Neto à presidência, e a homenagens póstumas aos jornalistas Ruy Mesquita, diretor de O Estado S.Paulo, e a Roberto Civita, presidente do Grupo Abril, mortos em maio do ano passado, por suas contribuições à área.

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