
Cerca de 20 mães realizaram uma manifestação em frente à emergência do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, no bairro Independência, em Porto Alegre. As 23h desta quinta-feira, as mulheres trancaram o trânsito na Rua Garibaldi, em protesto pelo fechamento da emergência pediátrica para atendimento externo e a redução nos serviços da UTI pediátrica. Por volta da 0h30min, o trânsito já estava liberado no local.
O fechamento da unidade, previsto para esta quinta-feira, foi anunciado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que administra o hospital. Por meio de nota, o órgão informou que o motivo é o fim da Operação Inverno, que todos os anos exige contratação de equipes em regime emergencial para atender o aumento da demanda causada pelo frio.
Desde o dia 16 de agosto, 38 leitos de internação pediátrica e seis de UTI estão sendo gradualmente reduzidos até a extinção - prevista para o dia 29. Após a data, a emergência pediátrica contará com quatro leitos para UTI e 15 de internação.
Francieli Oliveira Ferreira, de 22 anos, com uma filha de um ano internada no hospital em razão de convulsões, resultado de problemas neurológicos, estava entre as participantes da manifestação. A filha de Franciele estava em um leito de internação pediátrica no 4º andar, foi transferida para a UTI com parada respiratória e, depois de receber alta, retornou para o leito. Hoje, contudo, a menina e outros pacientes foram alojados na emergência, no térreo, em razão do fechamento de todos os leitos no 4º andar.
- Todas as crianças estão juntas, não tem nem isolamento direito. Têm 24 crianças na emergência com capacidade para 15. Hoje, ainda têm os funcionários de carta contrato com a prefeitura. Amanhã, vão sair mais de dez e ficar só os dois da casa - reclama Ferreira.
As mães pedem a reabertura da UTI pediátrica e dos leitos de internação pediátrica que foram fechados. Para isso, seria necessária a autorização de contratação de novos servidores pelo comitê gestor da prefeitura.
- O pedido já foi feito e deve chegar ao comitê nesta sexta-feira. A autorização pode vir na semana seguinte - disse o Secretário Municipal da Saúde, Carlos Henrique Casartelli.
No caso do fechamento da emergência para atendimento externo, o secretário conta que é a primeira vez em quase 10 anos que ela é fechada, embora vá continuar recebendo crianças vítimas de abuso sexual e encaminhadas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Outros pacientes devem ir para unidades de pronto-atendimento em outras regiões da cidade ou procurar as emergências pediátricas do Hospital de Clínicas ou Santo Antônio.