
Uma diferença que pode chegar a até R$ 0,18 nos preços da gasolina salta aos olhos de motoristas da Região Metropolitana.
Quem dirige nas ruas de Canoas vê, nas placas dos postos, um valor médio de R$ 2,69 pelo litro. Poucos quilômetros ao sul, em Porto Alegre, a média é de R$ 2,87, segundo levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Ou seja, dirigir um pouco mais pode significar economia de até R$ 9 ao encher um tanque de 50 litros. A diferença de preços entre cidades vizinhas não é milagre - até por isso, os responsáveis se negam a revelar o santo que permite reduzir custos ao consumidor. Pegue o Posto Buffon como exemplo, que, como outros quatro estabelecimentos no centro de Canoas, vende gasolina a R$ 2,53 o litro.
Leia todas as notícias de Porto Alegre
Leia as últimas notícias de Zero Hora
- Essa é uma estratégia administrativa interna - limita-se a informar a coordenação de marketing do Buffon, que possui 63 postos distribuídos em todo o Rio Grande do Sul.
Cerca de 18 km distante do Buffon, o posto de combustível BR-Podium, em Porto Alegre, vende o litro da gasolina a R$ 2,99 - o valor, também aplicado em vários outros estabelecimentos na cidade, é o mais alto na Capital. De acordo com o gerente, Emerson Weber, o atendimento justifica o preço:
- A gente pode ter a gasolina mais cara de Porto Alegre, mas estamos entre os postos que mais vendem gasolina. Ao encostar na bomba, é verificado o óleo do carro, calibrado o pneu, limpa-se o para-brisa, e é oferecido cafezinho, água e pão de queijo. Esse valor de R$ 2,99 acaba saindo bem mais em conta do que em outros postos, que não contam com o serviço que agrega.
Por lei, os preços dos combustíveis são livres nas bombas e distribuidoras, e sindicatos e órgãos vinculados são legalmente impedidos de exercer qualquer influência sobre eles, afirma a Petrobras. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), qualquer manifestação da entidade pode ser compreendida como uma forma de influenciar o mercado. Por isso, nenhum representante se dispôs a explicar as diferenças.
Conforme a empresa, o preço final ao consumidor varia em função de múltiplos fatores, como a carga tributária (municipal, estadual, federal), a concorrência com outros postos na mesma região e a estrutura de custos de cada posto (encargos trabalhistas, frete, volume movimentado, margem de lucro, etc.).
Na guerra do preço da gasolina, portanto, cabe ao consumidor fazer os cálculos e descobrir qual o melhor custo-benefício. Para Ernani César de Freitas Júnior, advogado do Procon-RS, uma diferença de cerca de R$ 0,20 no preço médio do combustível de um posto para outro não chega a ser um valor discrepante:
- É uma diferença aceitável. Uma variação mais gritante aos olhos, e ao bolso, ficaria perto dos R$ 0,60. Esse é um setor muito sensível de ser avaliado, uma vez que as variáveis influenciam muito no preço final do combustível. E a Justiça acaba sendo acionada somente em caso de cartel.
PREÇOS VARIÁVEIS NA REGIÃO METROPOLITANA
Entre as cidades próximas a Porto Alegre, a diferença do custo do litro de gasolina pode chegar a R$ 0,18. Confira os preços levantados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) até o dia 11 de agosto:
Sapiranga - R$ 2,692
Canoas - R$ 2,693
Novo Hamburgo - R$ 2,766
São Leopoldo - R$ 2,771
Esteio - R$ 2,798
Sapucaia do Sul - R$ 2,809
Gravataí - R$ 2,832
Guaíba - R$ 2,842
Porto Alegre - R$ 2,874