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A Rússia proibiu nesta quinta-feira a importação de alimentos procedentes dos países da Europa e dos Estados Unidos. A medida é uma resposta às sanções que os países ocidentais determinaram contra Moscou, anunciou o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev.
- Todas estas medidas são simplesmente uma resposta. Não queríamos este desenvolvimento da situação. Não há nada positivo nestas sanções - disse.
A proibição afeta, principalmente, as carnes bovina, suína e de frango, além de pescado, laticínios, verduras e frutas procedentes dos EUA, União Europeia, Austrália, Canadá e Noruega.
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Medvedev explicou que a proibição pode ser revogada se os sócios demonstrarem "uma atitude construtiva".
- Espero, sinceramente, que o pragmatismo econômico prevaleça sobre as estúpidas considerações políticas de nossos sócios, e que não pensem em isolar ou assustar a Rússia - declarou o primeiro-ministro.
O embargo não será aplicado aos alimentos para bebês e os cidadãos russos poderão continuar com as compras no exterior, mas qualquer tentativa de aproveitar a situação para revender produtos proibidos será punida, destacou. A lista completa de produtos que não podem ser importados foi publicada no site do governo russo.
- Mesmo nestas condições, estamos convencidos de que conseguiremos mudar a situação a nosso favor - garantiu Medvedev, que prometeu impedir o aumento dos preços e liberar as posições de mercados para os produtores locais.
O primeiro-ministro acrescentou que o país não deve desperdiçar a "oportunidade única" de abrir e desenvolver a indústria destinada à substituição das importações.
Fechamento do espaço aéreo
O primeiro-ministro russo também admitiu a possibilidade de fechar o espaço aéreo do país aos aviões que viajam entre a Europa e a Ásia pela Sibéria, a rota mais curta, em resposta às sanções. Para Medvedev, esta seria uma medida drástica:
- Evidentemente esta é uma medida grave. Temos que refletir.
O fechamento do espaço aéreo russo para os voos entre Europa e Ásia provocaria às companhias que utilizam a rota gastos consideráveis de combustível. A medida afetaria não só empresas como Lufthansa, British Airways, Air France e Finnair, que operam muitos voos de longo percurso para a Ásia, mas também a principal companhia aérea russa, a Aeroflot.
O Bank of America Merrill Lynch calculou em U$ 30 mil por voo o custo de utilizar outros itinerários.
* AFP