A dificuldade do PMDB em encontrar um candidato ao Senado para substituir Beto Albuquerque, alçado à condição de vice-presidente na chapa liderada por Marina Silva, provocou movimentos estratégicos de outros partidos que buscam reforçar suas candidaturas.
No final de semana, o candidato do PDT ao Piratini, Vieira da Cunha, fez contatos com lideranças do PMDB e do PSB para abrir a possibilidade de a coligação não lançar um novo nome ao Senado, optando por apoiar Lasier Martins (PDT), que protagoniza uma acirrada disputa com Olívio Dutra (PT).
Vieira tomou a iniciativa de telefonar para os presidentes regionais do PMDB, Edson Brum, e do PSB, Beto Albuquerque. Para ambos, o pedetista afirmou que "gostaria de conversar pessoalmente sobre o novo quadro eleitoral". Na avaliação do PDT, diante da dificuldade da coligação entre PDMD e PSB em encontrar um candidato ao Senado, o apoio político a Lasier, sem a possibilidade de transferir tempo de propaganda na TV, seria estratégico para os partidos que fazem oposição ao PT.
- Eu fiz o contato, abri as portas para uma aproximação, e agora estou aguardando um retorno. Depende mais deles - afirmou Vieira.
Se o acordo prosperar, o candidato do PDT ao governo estadual poderá declarar o voto na corrida presidencial para Marina Silva.
Com a eleição e a propaganda na TV em andamento, peemedebistas sentem os prejuízos do episódio e avaliam que o prazo político para definir o futuro é escasso. A cúpula do partido não descarta "nenhuma possibilidade", incluindo o acordo com o PDT.
Neste domingo à noite, o PMDB reuniu seus dirigentes, mas o cenário sobre a candidatura ao Senado segue indefinido. O senador Pedro Simon continua cotado como alternativa mais viável, mas outros nomes passaram a ser cogitados. Consultado por líderes da sigla, o vereador Idenir Cecchim afirmou que, se for chamado, aceitará concorrer ao Senado.
- Com a morte de Eduardo Campos no dia 13 de agosto, o PSB precisou redesenhar a sua chapa presidencial. Marina Silva assumiu como candidata à Presidência, tendo Beto Albuquerque como vice.
- No Rio Grande do Sul, o PSB está coligado com o PMDB. Beto era o candidato ao Senado na chapa que é liderada por José Ivo Sartori, postulante ao Piratini.
- Com a ida de Beto para a disputa presidencial, a vaga ao Senado ficou aberta. O PSB abriu mão da indicação, que recaiu sobre o PMDB. O problema é que nenhum dos cotados - Pedro Simon, Germano Rigotto, José Fogaça e Ibsen Pinheiro - têm demonstrado disposição para concorrer, pegando uma campanha em andamento e polarizada entre Lasier Martins e Olívio Dutra.
- O mais cotado continua sendo Pedro Simon. Ele não descarta concorrer, mas, aos 85 anos, enfrenta problemas de saúde que levaram o seu médico a vetar a candidatura.
- Como Beto renunciou à candidatura ao Senado no dia 21 de agosto, o prazo legal para a substituição se encerra no dia 31.
- Contudo, a intenção é tomar uma decisão nesta terça-feira, quando o PMDB reunirá o seu diretório estadual.