A necropsia feita nos corpos das duas mulheres encontradas na Maestra, em Caxias do Sul, indicava agressões semelhantes, por instrumento contundente, o que leva o delegado Rodrigo Kegler Duarte crer que o suspeito, que foi preso no Paraná, as teria escolhido de forma aleatória. O Pioneiro conversou com familiares das vítimas e, de fato, apurou que elas não possuíam semelhanças, exceto o fato de gostarem de baladas. Saiba um pouco sobre a vida de cada uma das mulheres:
Vanessa Gobetti Jiordani, 21 anos, era natural de Vacaria. A mãe, Nelci Isabel Gobetti, 48, conta que a família se mudou para Bagé quando Vanessa tinha menos de um ano. Há três meses, a filha resolveu vir em busca de emprego em Caxias do Sul. Segundo a mãe, ela tinha começado a trabalhar em um frigorífico em Bagé, mas não ficou no emprego.
- Era uma menina muito bonita. Concluiu o ensino médio aqui em Bagé e não quis fazer faculdade. Em Caxias, dizia que morava com duas amigas e estava trabalhando em uma boate. Ela sempre gostou de fazer festa.
Nelci relata que a filha ligava toda semana para dar notícias. Falava que estava bem e que não era para ficar preocupada:
- Estranhei quando ela não ligou mais, mas sabe como são os jovens... Achei que estava trabalhando muito. Deixei ela seguir a vida e achei que estava tudo bem mesmo. Foi um choque quando descobri o que aconteceu. Nem consegui ir a Caxias para reconhecer o corpo, pedi para a minha irmã ir no meu lugar.
Segundo Nelci, a relação com a filha era tranquila. Agora, a família está dando o suporte necessário para a costureira e para o irmão de Vanessa, de 27 anos.
- Ela foi sepultada na cidade natal, em Vacaria. Deixo o homem que fez isso com a minha filha nas mãos da justiça - desabafa.
Rosangela Consoli dos Santos Alves, 45 anos, tinha cinco filhos. Dois deles - uma menina de 15 anos e um menino de 12 - frutos de seu segundo casamento com Edivan Luís dos Santos, 38 anos. Edivan viveu cinco anos com Rosangela, entre idas e vindas. Se conheceram há 15 anos, em uma festa:
- Ela gostava muito de dançar. Saia muito, não para ficar com outros caras, mas para se divertir. Seu estilo de música preferido era o sertanejo.
De acordo com Edivan, Rosangela era uma mulher muito boa, generosa, mas tinha gênio forte. Não gostava de ser contrariada e era muito ciumenta, motivo de inúmeras brigas entre o casal. Há dois anos e meio, as crianças foram viver com ele e a atual esposa.
- Era o tipo de mãe que quando estava com os filhos não deixava faltar nada. Toda semana eu levava as crianças para ficar com ela. Apesar de não morar com elas, era uma mãe presente - lembra.
Edivan conta que uma semana antes do desaparecimento, havia conversado com a ex-mulher. Afirma que, pesar dela ter pretendentes, não estava namorando.
- Ela não queria se comprometer com ninguém. As crianças ficaram abaladas com a morte da mãe, mas estamos dando todo o apoio a elas.
Rosangela morava no bairro Belo Horizonte, com a filha de sete anos de seu terceiro casamento. Ela tem dois filhos adultos do primeiro relacionamento.
Confira no vídeo a última imagem de Rosangela com vida, saindo de uma boate:
A mulher encontrada morta em março, também na barragem da Maestra, ainda continua sem identificação no Departamento de Perícias do Interior (DPI). Ninguém procurou pelo corpo.
