Um menino de um ano e cinco meses morreu no início da manhã desta quinta-feira, após ter se acidentado dois dias antes em uma escola infantil pública de Guaporé, na serra gaúcha. A Polícia Civil investiga se houve negligência por parte da escola e também do hospital do município, já que o bebê teria sido liberado três vezes antes de morrer.
A mãe de Eduardo Ferreira Lorena, Adriana dos Santos Ferreira, disse à polícia que um armário caiu em cima do filho na tarde de terça-feira. Versão que a direção da escola nega. De acordo com Soraya Maria Zamboni Villa, diretora da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Pinguinho de Gente, o menino é que bateu no móvel, que tem cerca de 10 prateleiras e serve para guardar as mochilas das crianças.
- Havia duas monitoras cuidando de uma turma de menos de 20 alunos. Elas levavam as crianças para cantar o hino, atividade que ocorre todas as terças. Elas disseram que ele (Eduardo) se desprendeu da fila e voltou para a sala, onde acabou batendo no mochileiro - afirma Soraya.
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O armário é suspenso, mas, nos últimos dias, estaria no chão, preso à parede com arames, devido a uma obra realizada na escola para conter uma infiltração. No entanto, no momento do acidente, ele estava no chão e solto, confirma a diretora, pois seria pendurado novamente no alto, para evitar que as crianças mexessem nas mochilas, o que seria comum.
- O funcionário soltou o armário para chamar alguém pra ajudar a suspendê-lo. Mas, mesmo assim, ele não caiu sobre o menino, as monitoras me garantiram que não - disse Soraya.
A diretora conta que o bebê não desmaiou, mas chorou muito após a pancada, além de ter saído sangue pelo nariz. Ela ainda garante que os pais foram imediatamente acionados e que ela e uma coordenadora os acompanharam até o hospital, de onde o menino foi liberado após passar por alguns exames.
De acordo com o delegado Tiago Lopes de Albuquerque, o bebê foi levado ao Hospital Manoel Francisco Guerreiro, o único de Guaporé, outras três vezes, devido a complicações, como febre e vômito. Ele foi liberado pelos médicos nas três primeiras vezes - duas na terça e uma na quarta-feira - e somente na quarta vez em que foi encaminhado é que ficou internado. Eduardo morreu por volta das 6h de quinta-feira.
Antes disso, segundo consta no prontuário de Eduardo entregue à polícia, o médico responsável solicitou à central de leitos do Estado que o menino fosse transferido para alguma instituição onde houvesse médico especialista em neurologia.
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- Estamos aguardando o atestado de óbito do DML e o laudo da necropsia, para saber o que causou a morte. Em princípio, tratamos como homicídio culposo (sem intenção de matar), mas vamos analisar a postura da creche e do hospital - explica o delegado.
Além dos exames, a polícia deve ouvir testemunhas e envolvidos no caso desde o acidente até a internação.
À Rádio Gaúcha, a direção do hospital disse que foram realizados procedimentos como raio X e tomografia, e que a liberação da criança foi baseada no resultado dos exames e da avaliação clínica. Além disso, afirmou que um procedimento interno será instaurado para avaliar se houve negligência.
*Zero Hora