Foto: Bruna Scirea/Agência RBS
As entradas do terreno ficaram bloqueadas desde a noite de segunda-feira. Caminhões de mudança, bombeiros e ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegaram ao local nesta manhã para a reintegração de posse, que encerrou às 18h, com a saída de todas as famílias do local.
- As famílias foram removidas com seus pertences, mas conseguimos, em uma conversa com os oficiais de Justiça, acordar para que as casas não fossem demolidas. Algumas famílias foram para residências de parentes e outras se interessaram temporariamente pela área oferecida pelo Estado em Gravataí - relatou o advogado das famílias, Rafael Menezes.
Nos últimos meses, foi observado um aumento no número de ocupações, apesar da dificuldade de precisá-lo - um dos motivos é o fato de grande parte delas estarem em áreas privadas. Estima-se que haja 27 ocupações em Porto Alegre e 15 em outras cidades da Região Metropolitana.

Cerca de 600 famílias tiveram de deixar uma área que ocuparam na zona norte de Porto Alegre nesta terça-feira. A ação de reintegração de posse ocorreu em uma área alagadiça no Parque dos Maias, bairro Rubem Berta, onde moradias começaram a ser construídas há aproximadamente quatro meses.
O movimento para a desocupação iniciou às 8h. Enquanto uma pequena minoria dos moradores começava a recolher pertences e colocá-los em caminhões de frete - sob forte chuva - a defesa da ocupação tentava conseguir com a Justiça a suspensão da ordem. Conforme a última determinação judicial, a reintegração estava suspensa para negociação e deveria ser retomada às 14h.
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Por volta das 10h, um grupo de líderes da ocupação foi até um terreno em Gravataí que foi cedido pela Secretaria da Habitação e Saneamento do Rio Grande do Sul, como solução emergencial, para ver a área.
- A larga maioria das pessoas concordou com a nossa proposta emergencial, que é a transferência para uma área do Estado em Gravataí, próxima à GM - explica o titular da pasta, Marcel Frison.
Os moradores da ocupação alegam que eles estão no local de forma regular - ressaltam que a área de 22 hectares foi vendida pela Habitasul por R$ 350 mil. Em diferentes contratos, os moradores teriam pago R$ 190 mil, portanto, mais de 50% do valor total. O advogado da ocupação tenta reverter a reintegração, alegando que, depois de 30% do valor pago, pode ser feita a escritura.
- Não tenho provas disso. Se aconteceu, é grave. Espero que a Justiça tenha a mesma serenidade de resolver essa questão como teve para ordenar a reintegração - afirma Frison.
