Os Estados Unidos e seus aliados realizaram ataques aéreos contra posições do Estado Islâmico (EI) na Síria, abrindo uma nova frente de combate contra a organização jihadista, informou o Pentágono nesta segunda-feira.
A imprensa americana informou que cinco países árabes participaram dos ataques aéreos - Barein, Jordânia, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos - como parte da coalizão internacional para enfrentar o EI e impedir seu avanço sobre importantes zonas do norte do Iraque e da Síria. Uma fonte do departamento de Defesa confirmou que aliados árabes participaram das operações de bombardeio, mas não precisou quais países.
- Posso confirmar que forças dos Estados Unidos e das nações aliadas realizaram ações contra os terroristas do EI na Síria com bombardeios aéreos - disse o porta-voz do Pentágono, almirante John Kirby.
A decisão de realizar os ataques aéreos foi adotada nesta segunda-feira pelo chefe do Comando Central dos Estados Unidos, general Lloyd Austin, "em virtude da autorização concedida pelo comandante em chefe", assinalou Kirby.
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- Vamos proporcionar mais detalhes quando for operacionalmente oportuno.
O governo em Damasco afirmou na manhã desta terça-feira que foi informado por Washington dos ataques ao EI em seu território.
- Os americanos informaram ao representante da Síria nas Nações Unidas que atacariam posições da organização terrorista Estado Islâmico em Raqa - revelou a chancelaria em Damasco.
O jornal The New York Times, que cita membros do Pentágono, confirmou que os ataques aéreos se concentraram em posições na região de Raqa, um enclave do EI na fronteira entre Síria e Iraque.
Outras posições atacadas também se situam ao longo da fronteira sírio-iraquiana. The Wall Street Journal informou que caças F-22, um dos aviões mais sofisticados dos Estados Unidos, participaram do ataque.
Os bombardeios - incluindo mísseis Tomahawk disparados de navios de guerra - ocorreram após o presidente Barack Obama advertir, no dia 10 de setembro, que os Estados Unidos estavam preparados para atacar os militantes do grupo jihadista na Síria. Desde o dia 8 de agosto, drones e aviões americanos atacam posições do Estado Islâmico no Iraque.
Com 35 mil homens recrutados em vários países, muitos deles ocidentais, o Estado Islâmico conquistou diversas regiões na Síria e no Iraque, onde proclamou um califado. Os bombardeios ocorrem horas após um apelo do líder da opositora Coalizão Nacional Síria (CNS), Hadi al-Bahra, que pediu à comunidade internacional a realização de ataques aéreos imediatos contra os jihadistas.
- Devemos lançar imediatamente ataques aéreos na Síria. Enquanto estamos falando, milhares de civis no norte da Síria são prisioneiros de um assédio brutal realizado pelo EI - afirmou o chefe do principal grupo de oposição no exílio.
No domingo, os jihadistas do EI cercaram Ain al-Arab, uma importante cidade curda da Síria, após o grupo capturar cerca de 60 localidades da região, provocando uma fuga em massa de milhares de curdos em direção à fronteira turca. Segundo o vice-primeiro-ministro turco, Numan Kurtulmus o avanço do EI provocou a fuga de mais de 130 mil curdos da Síria para a Turquia nos últimos dias.
A queda de Ain al-Arab (Kobaneh em curdo), terceira localidade curda mais importante da Síria - perto da fronteira com a Turquia -, permitiria ao EI controlar uma ampla região da fronteira entre Síria e Turquia.
Obama convoca coalizão internacional
Barack Obama anunciou no sábado que aproveitará a Assembleia Geral da ONU, na próxima semana, para fazer um apelo mundial de ampliação da coalizão internacional contra o Estado Islâmico:
- Não hesitaremos em realizar ações contra estes terroristas no Iraque e na Síria, mas esta luta não é apenas dos Estados Unidos. Não é a América contra o EI. São as pessoas desta região contra o EI. O mundo contra o EI.
- Vamos encabeçar uma ampla coalizão de nações com interesse nesta luta - disse o presidente americano.
De acordo com Obama, mais de 40 países apresentaram propostas de participação em uma "ampla campanha" contra o EI, com missões aéreas de combate, treinamento, equipamento e ajuda humanitária.
*AFP
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