Após prender dois homens suspeitos de fraudarem o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a Polícia Civil de Porto Alegre investiga mais cinco suspeitos de envolvimento no esquema, que pode chegar a R$ 75 mil. Todos os estelionatários teriam sacado o benefício com um atestado médico falso, onde constava que eram soropositivos.
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Depois de perceber um significativo aumento no uso de atestados devido à doença para o resgate integral do fundo de garantia, o serviço de inteligência da Caixa Econômica Federal da Capital alertou a 14ª Delegacia de Polícia, que prendeu dois homens em flagrante na quinta-feira.
Um deles sacou R$ 25 mil do FGST usando um atestado médico falso, e repassou R$ 2,5 mil para o outro, que teria falsificado o documento. Eles devem responder por estelionato e falsificação de documentos públicos (já que o atestado possuía carimbos da Secretaria de Saúde de Novo Hamburgo), cujas penas, somadas, podem chegar a 11 anos de prisão.
Nesta sexta-feira, a Caixa relatou à policia que mais cinco saques teriam sido feitos com atestados médicos falsos de portadores do HIV, assinado pela mesma profissional. Todos os saques foram realizados em agências de Novo Hamburgo.
- Recebemos as imagens das câmeras de seguranças dessas agências durante os saques suspeitos, para tentar identificar os estelionatários - afirma o delegado Tiago Baldin, da 14ª DP.
Segundo ele, o valor médio desses saques é de R$ 10 mil, o que somaria R$ 50 mil à fraude. A médica que teve a assinatura falsificada deve ser ouvida na segunda-feira, assim como o secretário de Saúde de Novo Hamburgo.
- Acreditamos que a médica e o município de Novo Hamburgo tenham sido vítimas do esquema, assim como a Caixa e o FGTS - explica o delegado.
O levantamento repassado pela Caixa nesta sexta-feira é apenas preliminar. Baldin explica que o banco ainda está analisando casos de saques semelhantes, e a fraude pode ser ainda maior. Caso seja comprovada a participação de mais de três pessoas no esquema, os envolvidos também devem responder por associação criminosa.