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Os planos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e dos Estados Unidos de aumentar sua presença militar no leste da Europa têm como objetivo "agravar as tensões", afirmou Mikhail Popov, secretário adjunto do Conselho de Segurança Nacional da Rússia. Moscou anunciou ainda que irá adaptar sua defesa para a presença da aliança.
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- Quando a doutrina de defesa da Rússia for atualizada este ano, entre as ameaças militares estrangeiras será incluído o plano da Otan de ampliar a presença em nossa fronteira - afirmou Popov.
Os líderes da Aliança anunciaram que pretendem adotar um plano de ação para dar segurança à Ucrânia, que considera mais do que nunca a Rússia uma ameaça. Na segunda-feira, a Otan afirmou que mobilizará forças "de reação extremamente rápidas (para agir na Ucrânia), com capacidade de deslocamento em um prazo de tempo muito curto".
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, afirmou que a Rússia tenta redesenhar as fronteiras da Europa e adverte ainda que a crise na Ucrânia é a ameaça mais séria à segurança do Atlântico Norte desde o fim da Guerra Fria.
Secretário-geral da ONU descarta solução militar para crise na Ucrânia
Enquanto a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se prepara para reforçar sua presença no Leste da Europa, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, advertiu, nesta terça-feira, às potências ocidentais de que não há uma solução militar para a crise na Ucrânia.
Ele disse que está profundamente preocupado com a situação na Ucrânia e quer evitar a deterioração da crise que "evoluiu para uma situação caótica e perigosa".
- O importante, a essa altura, é que (os líderes ocidentais) saibam que não há uma solução militar para o problema. Deve haver diálogo político para uma solução política, esse é o caminho mais sustentável - observou.
Relatório da ONU divulgado na semana passada estima quase 2.600 mortos e 520 mil deslocados e refugiados, 2600 na Ucrânia e a outra metade na Rússia. Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram uma série de sanções à Rússia no âmbito da crise da Ucrânia, que provocou a pior degradação das relações entre Moscou e o Ocidente desde o fim da guerra fria.
*AFP