
Quem aproveitou o fim de semana para curtir uma praia no litoral gaúcho ganhou uma companhia inesperada. No sábado, um grupo de baleias francas chegou bem perto da orla de Imbé e brindou os banhistas com pulos e brincadeiras. Coordenador do grupo Baleias do Rio Grande do Sul, o estudante de biologia Thiago Nóbrega Lisboa explica que as baleias vistas no sábado eram filhotes. Os pulos são nada mais do que brincadeiras dos recém-nascidos:
- Elas estão só brincando. Como a gente, elas precisam de brincadeiras, faz parte do desenvolvimento, da parte motor, inclusive.
Grandes, as baleias francas do sexo feminino podem chegar a até 18 metros, enquanto os machos não passam de 14 metros. Thiago explica que as baleias pulantes do sábado são bebês de um ou dois meses de idade. Nessa época, elas chegam a engordar 50 kg por dia. Nas palavras do estudante de biologia, são "bem ativas e brincalhonas".
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E os gaúchos são privilegiados. Ele explica que o Estado é um berçário natural de baleias.
- Aqui, nas nossas praias, elas vêm para ter filhotes e também para acasalar. E a baleia franca tem o hábito costeiro, fica bem perto da orla, um pouco atrás da linha da arrebentação, para fugir de possíveis predadores e de condições muito extremas, a água é mais quente.
Defesa e comunicação também podem explicar os pulos
Mas não é só por diversão que as baleias pulam. Quando adultas, mesmo as maiores espécies - como a jubarte ou mesmo a baleia azul - saem da água para afastar predadores. Como as orcas atacam em grupo e têm uma técnica que abusa do cansaço e da paciência das outras baleias atacadas, os saltos podem servir como arma. Ao saltar, elas fazem o movimento na água como forma de ameaça e intimidação.
Em casos de mar muito revolto ou condições climáticas extremas, os saltos também podem funcionar como forma de comunicação. Por meio dessa técnica, baleias distantes entre si mostram onde estão.
*Zero Hora