A América Latina tem 826 povos indígenas, com 45 milhões de pessoas que representam 8,3% da população total da região. Os números divulgados nesta segunda-feira pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) mostra um aumento significativo durante a primeira década do século XXI, já que o relatório anterior apontava um número de 30 milhões de nativos em 2000.
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- Trata-se de uma 'recuperação demográfica' de magnitude considerável - indica a CEPAL no relatório, falando de uma taxa de crescimento médio anual de 4,1%, muito acima do 1,3% registrado para a América Latina (+13,1% para a década).
A recuperação não obedece apenas à dinâmica demográfica, mas também a um "aumento da autoidentificação", destaca o relatório.
- Temos um número mais alto porque há uma autoidentificação maior por parte dos povos - afirmou neste sentido Alicia Bárcena, secretária-executiva da CEPAL, ao apresentar na sede da ONU o estudo.
Bolívia tem o maior número de indigenas proporcionalmente
Embora a Bolívia, com 6,2 milhões de indígenas que representam 62,2% de seus habitantes, seja o país da América Latina com a maior porcentagem de população autóctone, o México conta com 17 milhões de cidadãos desta origem (15,1%).
Outros países com grande população nativa são Peru (7 milhões, ou seja, 24%), Guatemala (5,9 milhões, 41%), Equador (um milhão, 7%), Colômbia (1,6 milhão, 3,4%), Chile (1,8 milhão, 11%) e Nicarágua (520.000, 8,9%).
Segundo a CEPAL, que menciona 826 povos indígenas, estima-se que mais 200 vivam em isolamento voluntário.
O Brasil é o país com a maior quantidade de povos indígenas, ao somar 305 (900 mil pessoas, 0,5% de sua população), seguido por Colômbia (102), Peru (85), México (78) e Bolívia (39).
A apresentação do documento ocorreu no âmbito da Conferência Mundial sobre os Povos indígenas que as Nações Unidas (ONU) realizam nesta segunda e terça-feira e em cuja abertura participaram vários presidentes latino-americanos.
*AFP