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O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, anunciou, nesta quinta-feira, que o país irá pedir oficialmente adesão à União Europeia (UE) em 2020.
- Vou apresentar um programa de reformas, cuja aplicação permitirá à Ucrânia fazer, em seis anos, um pedido de adesão à União Europeia - disse Poroshenko, ao discursar em um congresso de magistrados, segundo sua assessoria de imprensa.
O presidente ucraniano informou que o plano prevê cerca de 60 reformas, além de programas especiais, e destacou a reforma do sistema judicial, destinada a restabelecer a confiança da sociedade na Justiça.
Poroshenko anunciou também que determinou ao governo renunciar oficialmente ao estatuto de não alinhado, uma medida que abre caminho à entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Em junho, a Ucrânia assinou um acordo de associação com a UE, que foi ratificado em 17 de setembro pela Rada Suprema (Parlamento ucraniano) e pelo Parlamento europeu.
Ucrânia autoriza fechamento temporário da fronteira com a Rússia
Também nesta quinta-feira, Poroshenko autorizou o governo a fechar temporariamente os 2.300 km de fronteira com a Rússia. O decreto, assinado depois de cinco meses de combates no leste do país entre o exército e os separatistas pró-Rússia, autoriza o governo a fechar as fronteiras terrestres e marítimas.
A decisão foi tomada "em consequência da contínua interferência da Federação da Rússa nos assuntos internos da Ucrânia", afirma o texto do decreto. A Ucrânia e os países ocidentais acusam a Rússia de ter enviado tropas ao leste do país para apoiar os rebeldes que exigem a independência das regiões de língua russa.
A crise na Ucrânia obrigou mais de 500 mil pessoas a abandonarem as casas, informou, no dia 2 de setembro, a agência da Organização das Nações Unidas para os refugiados, advertindo que uma escalada da crise poderia "desestabilizar toda a região". Pelo menos 260 mil pessoas estão deslocadas na Ucrânia e, segundo Moscou, mais 260 mil procuraram asilo na Rússia.
*AFP