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Uma confusão entre ambulantes e policiais militares na última quinta-feira na Lapa, em São Paulo, terminou com a morte do camelô Carlos Augusto Muniz Braga, de 30 anos, atingido por um tiro na boca. Um policial militar também ficou ferido, mas, ao contrário do que a Polícia Militar informou inicialmente, ele não foi baleado. Teve apenas ferimentos leves decorrentes da briga com um grupo de ambulantes. A ação foi gravada por pessoas que passavam pelo local. Os vídeos ganharam as redes sociais e têm gerado repercussão contra e a favor da ação policial.
Segundo a PM, a confusão começou quando três policiais militares participantes da Operação Delegada tentaram apreender DVDs piratas que estavam sendo comercializados de maneira ilegal por um ambulante na rua Doze de Outubro. Ainda de acordo com a PM, o camelô se negou a entregar os produtos e recebeu voz de prisão. Nesse momento, um grupo de cerca de 30 ambulantes saiu em defesa do colega e iniciou uma briga com os três PMs.
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Segundo a major Dulcineia Lopes de Oliveira, um dos policiais teve parte do colete arrancado e outro agente da polícia foi encurralado pelos ambulantes dentro de uma loja e jogado no chão. Na confusão, segundo a major, foi dado um disparo acidental que atingiu a boca de Braga. Ele foi socorrido ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.
Testemunhas contestam a versão da PM. Segundo a irmã de Braga, que presenciou a cena, o irmão só estava tentando ajudar colegas envolvidos na briga.
-Ele só foi socorrer o amigo dele que estava no chão, outro camelo, quando o policial não pensou duas vezes e atirou na boca dele-, contou ela, que não se identificou.
Após o disparo, houve um pequeno confronto entre ambulantes e policiais, que usaram balas de borracha e bombas de gás. Os ambulantes tentaram se proteger montando barricadas com lixo queimado e usando pedras. Pelo menos cinco pessoas foram detidas e encaminhadas para o 7º DP (Lapa). Todo o comércio da região fechou as portas e as ruas do entorno foram interditadas. A major Dulcineia informou que vai ser aberto um inquérito policial militar para apurar as circunstâncias do disparo.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), classificou como um "caso isolado" a ação do policial militar que matou o comerciante ambulante. Para Haddad, é necessário esperar a apuração da ocorrência "para saber o que de fato aconteceu". Imagens de testemunhas, no entanto, deixam claro a ação de um PM e o momento do disparo de arma de fogo que atingiu a cabeça e matou o camelô. O prefeito destacou a necessidade de análise permanente da operação.
Em entrevista , o comandante-geral da PM, coronel Benedito Roberto Meira, admitiu que a morte do camelô foi consequência de um erro do policial que agia na ocorrência.
-Verificamos que o policial se precipitou e atirou indevidamente no camelô e portanto ele cometeu um crime e vai responder por isso-, disse o oficial.
O comandante descartou que a morte seja reflexo de um mau preparo dos policiais no Estado. De acordo com Meira, São Paulo é o Estado brasileiro que mais investe na preparação dos seus quadros.
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