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Esclarecimento
A reportagem "Acidente motiva debate sobre gincanas no Estado", publicada nesta terça-feira, continha erros. De forma equivocada, o texto relacionou um acidente que matou duas pessoas, no domingo à noite, à participação das vítimas na gincana de São Jerônimo. Na verdade, o acidente aconteceu depois da gincana, quando as duas pessoas voltavam para o município de Butiá, onde moravam.
Em outro ponto, a reportagem dava a entender, também de maneira incorreta, que o debate na comunidade Calendário Gincaneiro 2014, na internet, tratava de consumo de bebidas alcoólicas nas gincanas e atos de imprudência no trânsito cometidos por gincaneiros. O debate, na realidade, concentrou-se no luto pela morte dos colegas e em questões ligadas às competições. O texto publicado no site de Zero Hora já foi corrigido.
Pelos erros, Zero Hora pede desculpas aos leitores, a pessoas que foram ouvidas na reportagem e a competidores nas gincanas.
Confira a reportagem:
O acidente de carro em Butiá que matou Vagner Guimarães Cezimbra, 30 anos, e a adolescente Isadora Santos, 16 anos, levantou o debate entre participantes de gincanas no interior do Estado sobre a necessidade de reformular tarefas que exijam deslocamentos rápidos.
Vagner e Isadora voltavam de uma gincana em São Jerônimo quando o Celta em que estavam saiu da pista e bateu contra uma árvore no quilômetro 169 da BR-290. Apesar de a colisão ter ocorrido horas depois do final da gincana, quando ambos voltavam para Butiá, a tragédia chamou a atenção dos riscos da "obsessão em ser o primeiro" nas chamadas tarefas de rua.
- É comum ter de pegar o carro e ir a outros lugares atrás dos objetivos. Estávamos preocupados porque é muita correria. Esse acidente não teve a ver com a gincana em si - explica a dentista Ângela Sganzerla, 27 anos, presidente da Equipe Revolução, de Vacaria, que abrange 800 pessoas.
No Facebook, um grupo chamado Calendário Gincaneiro 2014 já discutia, na segunda-feira, uma forma de diminuir o atropelo no decorrer das provas. Com 5,3 mil membros, é parte de uma comunidade que reúne cerca de 80 mil participantes envolvidos nos eventos - 21 municípios do Estado realizam gincanas anualmente.
Equipes, que podem ter até mil membros, disputam as provas em suas cidades, mas também é comum que um gincaneiro viaje a outros locais para apoiar equipes amigas - caso de Vagner e Isadora. Uma das propostas no Facebook foi criar uma entidade para discutir o assunto no Rio Grande do Sul.
- Estamos pensando em criar uma liga estadual com regras para todos que participam - afirma Ângela Sganzerla.
Um dos participantes do debate, Rodrigo Lindner, 45 anos, também defende a criação de uma liga estadual. Ele participa das competições em Charqueadas desde 1982 e ressalta que há a preocupação para que haja descanso dos participantes do evento, que, no domingo, em São Jerônimo, terminou à tarde e teve os vencedores divulgados próximo das 21h.
- A preocupação é forte para que os gincaneiros descansem e cuidem da direção. No quartel-general da nossa equipe não liberamos o álcool no período da gincana, mas é claro que, tão logo termina, tem a confraternização. Não queremos condenar, e sim conscientizar.
Giovani Weiss, presidente da Liga Independente das Equipes de São Jerônimo, afirma que são tomadas todas as medidas necessárias para evitar acidentes durante a realização da gincana.
Segundo ele, a organização do evento enviou ofícios para Brigada Militar, Corpo de Bombeiros e Secretaria Municipal de Saúde para garantir ambulâncias de plantão e fiscalização ostensiva à noite. Equipes flagradas cometendo infrações de trânsito são punidas também pelos organizadores da competição, garante Weiss. O regulamento ainda contém uma cláusula que recomenda que não sejam ingeridas bebidas alcoólicas durante a gincana.
Vagner Cezimbra, conhecido como Bolinha, era líder dos DreadLokos, uma das principais equipes da Gincana Municipal de Butiá. Isadora Santos era a rainha do evento. Ficaram feridos também no acidente Carlos Eugênio Guimarães Cezimbra, o Geninho, irmão de Vagner; Vinícius Metzger, que está no Hospital de Butiá; e Cindy Abreu, que foi encaminhada para um hospital de Porto Alegre devido a uma fratura. Todos passam bem.