O governo argentino tornará públicos, a partir de segunda-feira, documentos diplomáticos do ministério das Relações Exteriores do período da ditadura (1976-1983). São cerca de 5,8 mil arquivos que poderão ser consultados através de uma ferramenta de busca, informou o chanceler argentino, Hector Timerman.
- Minha esperança é que isso sirva para esclarecer como o ministério agia na época e para que sirva de ajuda aos investigadores que tentam descobrir o que aconteceu com as pessoas desaparecidas durante a ditadura - declarou o chanceler em uma entrevista publicada no jornal Página12.
A digitalização dos documentos, que poderão ser consultados pelo público em geral, durou cerca de três anos. O ministro indicou desconhecer o conteúdo dos documentos, mas considerou que pode ajudar os pesquisadores a ligar pistas de muitos julgamentos em curso.
Cerca de 30 mil pessoas desapareceram na ditadura argentina, segundo organismos de defesa dos direitos humanos. Desde então, centenas de processos estão em andamento. Desde a anulação das leis de anistia há 10 anos, 547 ex-militares e ex-policiais receberam condenações, segundo a Procuradoria de Crimes contra a Humanidade.
Dos ditadores, o único ainda vivo é o ex-general Reynaldo Bignone (85 anos), que cumpre seis condenações por graves violações aos direitos humanos.
*AFP