
O lendário editor do jornal Washington Post Ben Bradlee, que dirigiu a cobertura do escândalo do Watergate - a investigação que culminou na queda do presidente americano Richard Nixon em 1974 -, assim como a publicação de documentos do Pentágono, morreu nesta terça-feira, aos 93 anos, anunciou o jornal.
Bradlee, que "guiou a transformação do 'Post' em um dos jornais mais importantes do mundo, faleceu em 21 de outubro em sua casa, em Washington, de causas naturais", informou o jornal em sua página na Internet.
Leia todas as notícias de Zero Hora
No ano passado, Bradlee recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta honra civil dos Estados Unidos. Na ocasião, o presidente Barack Obama afirmou que o Washington Post na época do editor foi uma lembrança de que "nossa liberdade como nação descansa na liberdade de imprensa".
Jornalista foi condecorado por Barack Obama (Foto: Mandel Ngan/AFP)
O Watergate, o case político americano que derrubou o presidente Richard Nixon, foi o portal para a imprensa se fortalecer como veículo investigativo e aprimorar métodos internos de apuração destinados a desnudar reis e outros poderosos.

Um arrombamento, a fonte misteriosa apelidada de Garganta Profunda e microfones escondidos foram componentes do caso Watergate, que leva os americanos até hoje a desconfiarem do poder político.
Em 17 de junho de 1972, Bob Woodward e Carl Bernstein ficam sabendo do arrombamento na sede do Partido Democrata, durante a madrugada, em um prédio chamado Watergate. Cinco homens vinculados ao Partido Republicano são flagrados quando iriam colocar escutas no local: é o começo do escândalo que acabou obrigando Richard Nixon a renunciar em 1974.
Por dois anos, Woodward e Bernstein, sob a supervisão de Ben Bradlee, montaram o quebra-cabeça do caso, graças ao Garganta Profunda, que se encontrava apenas à noite com Woodward em estacionamentos subterrâneos. O funcionário do FBI Mark Felt teve a identidade revelada apenas em 2005, três anos antes de ele morrer.