
As reuniões para a construção de um novo trecho de ciclovia, que ligará a Avenida Ipiranga à Praça da Encol, têm sido marcadas por embates entre ciclistas, moradores e comerciantes contrários à instalação da via exclusiva na Rua Santa Cecília. Já foram realizados dois encontros para debater o tema - o primeiro, em julho - e pouco se avançou. Proprietários de lojas temem perder clientes que chegam de carro por conta da retirada de estacionamento:
- O que eu vou perder de clientes vocês não imaginam. Ninguém vai vir de bicicleta - argumenta Luiz Roberto Kapel, proprietário da loja de móveis Santa Cecília.
O que poucos sabem é que a reação contrária de comerciantes à instalação de ciclovias não se restringe a Porto Alegre. No entanto, os números mostram que não há motivo para tanto receio. Dados colhidos em países onde a implantação das ciclovias está mais avançada vão na direção oposta: mostram que as vias exclusivas podem, sim, beneficiar o comércio local.
Comerciantes contrários às ciclovias mudam de ideia depois, diz cicloativista
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- "Nunca vai funcionar aqui" é uma frase comum a respeito da implantação de ciclovias por todo o mundo. Isso ocorreu também aqui em Portland, no Estado de Oregon (que hoje está cotada entre as 10 melhores cidades para se andar de bike nos Estados Unidos) - conta Elly Blue, cicloativista e escritora.
No livro Bikeconomics, Elly relata dados pró-ciclovias. Por exemplo: a Rua Magnolia, em Fort Worth, no Estado do Texas, foi completamente modificada: duas das quatro pistas para carros, uma em cada sentido, foram convertidas em ciclovias. Após a mudança, as receitas dos restaurantes aumentaram 179%.
Já em Nova York, que implanta desde 2007 um ambicioso plano cicloviário, um dos maiores sucessos em retorno comercial foi na Avenida Vanderbilt. No terceiro ano de funcionamento, os resultados foram ainda melhores: o crescimento nas vendas foi de 102% na Vanderbilt, ao passo que na região, foi de 18%.
Confira estes e outros benefícios das ciclovias em números:
*Zero Hora