A nova versão da resolução que regra a moradia estudantil na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), aprovada na sexta-feira, agradou aos estudantes e, aparentemente, ao Conselho Universitário _ o novo texto foi aprovado por unanimidade.
A pergunta é: as novas regras vão promover as mudanças que o Ministério Público Federal (MPF) quer e que a universidade se propôs a fazer quando começou a reformulação das diretrizes? E, mais do que isso: as velhas práticas dos estudantes de seleção de moradores, reserva de vagas e, principalmente, benefício para quem não precisa, vão acabar?
Nos corredores ou entre os blocos da Casa do Estudante Universitário 2 (CEU2), no campus, moradores relatam o que ocorre longe dos olhos da Pro-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae). Muitas pessoas que ocupam apartamentos conseguiram o benefício, mas não se encaixam na situação de vulnerabilidade. Carros (inclusive de modelos novos) estacionados nos gramados entre os prédios e motos nos halls dos blocos reforçam o que contam os estudantes.
_ Tem muita gente com carro aqui. À noite, o gramado lota _ relatou um morador.
_ Muitas pessoas negam vagas, querem ficar sozinhas nos apartamentos _ contou uma estudante que mora há mais de dois anos na casa.
Ainda há casos de estudantes que não têm o benefício e, mesmo assim, moram no local.
_ Alguns moradores dão desculpas, outros dizem que estão segurando vaga para um amigo. É injusto com quem precisa _ disse outro beneficiário.
_ Fiquei na união universitária por três meses e tive que esperar o bloco 26 ficar pronto porque não conseguia um lugar, mesmo sabendo que havia vagas disponíveis _ lamenta Kelly Silva dos Santos, estudante do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental.