Durante a semana, meu círculo familiar, de amigos e de conhecidos foi sacudido pelo medo.
Um homem que fotografava crianças nas portas de colégios de Porto Alegre vinha dando claros sinais de desequilíbrio. Teria feito ameaças e tinha antecedentes de comportamento agressivo.
Alertadas pelos pais, as autoridades já tinham detido esse homem. Mas ele havia sido liberado logo depois. E voltado às portas das escolas.
A história chegou às crianças e o pavor se espalhou. Muitos passaram a vê-lo onde ele não estava. Choro, problemas de sono e distúrbios de humor foram algumas das consequências.
E a questão, mais uma vez, emergiu.
Como lidar com isso? Poupar as crianças ou ajudá-las, dentro da capacidade delas, a lidar com a situação? Em casa, optamos pela segunda opção. Mesmo que a vontade tenha sido a de seguir na direção oposta.
Mas faltava uma resposta, que nenhum pai tinha como dar ao seu filho. Se ele é doente e está fazendo o que está fazendo, porque ele tá livre pela rua?
Na quinta-feira, o juiz André Losekann determinou a internação compulsória do homem que se transformou em pesadelo para milhares de pais e de crianças da Capital. Demorou alguns dias, é verdade. Mas aconteceu.
Me lembrei do caso Bernardo e de tantos outros em que os sinais não foram lidos corretamente.
Dessa vez, ainda bem, foram. Parece que estamos aprendendo.
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