Cultura e Lazer

Cidadão Quem

Amigos falam da trajetória de Luciano Leindecker

Músico começou a tocar com o irmão aos 16 anos



















Adriana Franciosi / Agencia RBS

A marca de Luciano Leindecker era o baixo da Cidadão Quem.

- Ele começou tocando baixo com o (irmão) Duca quando tinha uns 16 anos na Leindecker, que foi o embrião da Cidadão Quem - lembra o atual baterista da banda Claudio Mattos.

Emocionado, com tristeza no tom de voz, ele contou que conhecia o "Alemão" há mais de 30 anos:

- O Luciano tinha uns 13 ou 12 anos. Naquela época, a gente ouvia muito Van Halen. O Alemão era mais erudito, gostava muito de música instrumental.

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Como baixista, ele teve vários momentos. Mattos destaca os shows no Festival de Verão de Salvador e o do Rock in Rio, ambos em 2001, como grandes marcas da trajetória do amigo.

Para além do rock e da banda que o consagrou, o músico de 42 anos tinha outras tonalidades musicais. Tocava baixo acústico, violão, violão sete cordas e piano.

- Ele também criou um instrumento de cordas, o Quince, que é uma espécie de bandolim.

O motivo da criação do Quince, segundo um depoimento gravado no YouTube, foi para dar de presente para o irmão e grande parceiro musical, Duca Leindecker.

Luciano tinha algumas composições na Cidadão Quem, mas era com a banda Mani Mani que vinha desenvolvendo outra vertente musical:

- Foi dentro desse projeto que ele abriu o show do Fito Paez no Araújo Viana no ano passado - lembra Mauro Borba, radialista e diretor da Ulbra TV e da Rádio Mix, que entrevistou o músico dezenas de vezes ao longo da carreira.

Na Mani Mani, trio no qual era acompanhado por Paulo Inchauspe e Caio Girardi, ele passou a dar vazão a outras partes da criação musical.

- Em 2009 e 2010, conversamos bastante, a Cidadão tinha dado um tempo, e daí ele começou a tocar violão também. Dividíamos as composições. Dá pra dizer que 50% era meu e 50% era dele - diz Inchauspe.

O parceiro da nova banda lembra que ele tinha referências como os Beatles, Paul McCartney e Jaco Pastorius:

- Mas ele era plural. Era um baita profissional - acrescentou.

No início da carreira, Luciano chegou a trabalhar como modelo profissional e participar de diversas campanhas publicitárias. A vida dele, contudo, era a música:

- Chegaram a convidar ele para trabalhar Nova York, mas ele recusou a oportunidade por causa da banda - resume Claudio Mattos.

Leindecker faleceu na sexta-feira em decorrência de complicações relacionadas ao mieloma múltiplo (um câncer que se desenvolve na medula óssea, devido ao crescimento descontrolado de células plasmáticas). Luciano enfrentava a doença há oito anos e estava em tratamento intenso para combatê-la.

Veja o depoimento de Duca Leindecker sobre o irmão:

Abaixo, veja imagens de um ensaio para o show comemorativo de 20 anos da Cidadão Quem, em 2013:



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