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Comemoração na Alemanha

Berlim celebra os 25 anos da queda do Muro com festa popular

Oito mil balões luminosos serão lançados e formarão, ao longo de 15 quilômetros, o traçado da antiga barreira que dividia o país

Tobias Schwarz / AFP
Balões já estão espalhados por parte do trecho onde ficava o Muro de Berlim

Berlim celebra neste fim de semana os 25 anos da queda do Muro, com eventos que terminarão no domingo com uma grande festa popular, com artistas como Daniel Barenboim e Peter Gabriel. A imprensa alemã divulgou a previsão de dois milhões de pessoas na capital, mas uma greve de trens prevista para a próxima segunda-feira pode reduzir o fluxo de visitantes.

"Muro da vergonha" na Alemanha Ocidental, "proteção antifascista" na Alemanha Oriental, a construção de mais de 150 quilômetros de comprimento foi erguida em 1961 pela República Democrática Alemã, o lado comunista do país.

Sob a pressão pacífica de centenas de milhares de manifestantes, o muro foi derrubado 28 anos depois, em 9 de novembro de 1989. Menos de um ano depois, em 3 de outubro de 1990, a reunificação da Alemanha foi oficializada.

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A chanceler Angela Merkel, que cresceu na Alemanha Oriental e morava em Berlim no ano de 1989, falou na semana passada sobre o "sentimento indescritível" daquela noite.

- Nunca esquecerei - afirmou a chefe de Governo, que no próximo domingo vai inaugurar a nova exposição permanente do Memorial do Muro e assistirá a um concerto na sala Berliner Ensemble, que já foi o Teatro Bertold Brecht.

As comemorações, batizadas de "A Coragem da Liberdade", acontecerão no Portão de Brandeburgo, em pleno centro da capital. A orquestra da Staatskapelle, sob o comando do argentino-israelense Daniel Barenboim, comandam o início festa.

Durante a tarde, artistas de vários gêneros musicais se apresentarão e, ao anoitecer, acontecerá uma homenagem às "vítimas do Muro", mortas quando tentavam ultrapassar a barreira.

O número exato de mortes não é conhecido. Em toda a Alemanha Ociental, pelo menos 389 pessoas morreram quando tentavam escapar, um dado oficial que as associações de vítimas consideram abaixo da realidade.

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Fronteira luminosa de 8 mil balões
 
Durante a noite, a festa terá a participação de artistas como o veterano do rock alemão Udo Lindenberg, que em 1983 compôs a canção "Sonderzug nach Pankow" ("Trem especial para Pankow", em inglês), que virou nome de um bairro em Berlim Oriental. Na música, ele critica o último dos dirigentes da Alemanha Oriental, Erich Honecker, por não ter autorizado um show no lado oriental do país.

O britânico Peter Gabriel interpretará o clássico "Heroes", gravado em 1977 a poucos metros do Muro por David Bowie, durante a fase de sua carreira que viveu em Berlim Ocidental.

A partir desta sexta-feira à noite, 8 mil balões luminosos desenharão, ao longo de 15 km, o traçado do antigo Muro. Eles serão lançados ao som da 9ª sinfonia de Ludwig van Beethoven - A Ode à Alegria -, que agora é o hino da União Europeia.

Os balões da "fronteira luminosa" ("Lichtgrenze", em alemão) levarão as mensagens de 8 mil "padrinhos" reunidos com a ajuda da internet.

Paralelamente às comemorações, o último dirigente soviético, Mikhail Gorbachev, de 83 anos, prêmio Nobel da Paz, participará de um debate que discutirá o recente aumento de tensão entre o Ocidente e a Rússia.

* AFP

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