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Referendo

Catalunha tem votação simbólica sobre sua independência

Cerca de 5,4 milhões devem votar neste domingo, 9

Miguel Medina / AFP

A Catalunha vota neste domingo, 9, sua independência numa consulta simbólica, mas histórica, para o nacionalismo desta região espanhola e um claro desafio do governo regional à proibição imposta por Madri. Cerca de 5,4 milhões dos 7,5 milhões de habitantes da Catalunha pode votar nesta consulta, que consiste nas perguntas "Quer que a Catalunha seja um Estado? Em caso afirmativo, quer que este Estado seja independente?".

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As previsões mais otimistas preveem uma participação de dois milhões de pessoas no máximo, já que os partidos favoráveis ao "não" estão promovendo a abstenção. Mais de 1,1 milhão de pessoas participaram na votação até meados do dia.

"Milhares de cidadãos e cidadãs estão participando de forma livre para manifestar sua opinião sobre o futuro político da Catalunha", afirmou a número dois do executivo regional, Joana Ortega, ao anunciar os primeiros dados da participação.

Para o chefe do governo nacionalista Artur Mas, esta votação é apenas um passo para conseguir uma verdadeira consulta de valor legal. "Nós merecemos o direito de votar em um referendo definitivo e isso é algo que deve ser entendido em Madri", afirmou, antes de depositar seu voto em Barcelona.

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A votação transcorria tranquila, mas a polícia prendeu cinco pessoas que causaram danos em uma das seções eleitorais em Girona (norte da região). Os incidentes aconteceram quando cinco pessoas entre 21 e 34 anos entraram na escola de Hotelaria de Girona perturbando os cidadãos que estavam votando e destruindo urnas e outros materiais usados no processo de consulta.

Essa votação marca a escalada da tensão entre o presidente Mas, comprometido com o processo de independência, e o executivo central de Mariano Rajoy, que considera a consulta ilegal.

Ao contrário do Reino Unido, que em 18 de setembro permitiu um referendo em que os escoceses rejeitaram a secessão, Rajoy conseguiu suspender a votação em duas ocasiões recorrendo ao Tribunal Constitucional. Depois de desistir do referendo oficial, Mas ordenou esta votação sem valor jurídico e a manteve, apesar do veto do governo, em uma manobra que pode ser considerada desobediência civil.

Amparando-se na liberdade de expressão do povo catalão, convocou a votação improvisada e que não possui qualquer tipo de acompanhamento oficial. O dia é histórico para a região orgulhosa de seu idioma e sua importância econômica, ja que representa quase um quinto do PIB espanhol.

A atenção das autoridades não está centrada nos resultados, esperados para segunda-feira, e sim na participação da população, que será divulgado na noite deste domingo. Uma alta mobilização reforçará a posição separatista visando a negociar um referendo oficial com Madri ou, inclusive, empreender um processo unilateral de ruptura com a Espanha como defende o partido separatista ERC.

*AFP

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