
O consumo crescente de chocolate em todo o mundo, aliado à produção cada vez menor de cacau, pode levar a um futuro menos doce. É o que indicam duas das maiores produtoras do doce no mundo, a Mars, Inc. e a Barry Callebaut, conforme o jornal Washington Post. E isso deve se refletir não apenas em preços mais caros nos próximos anos, mas também na substituição de alguns dos ingredientes tradicionais.
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Há dois anos, a população começou a consumir mais chocolate do que o mundo tem capacidade para produzir - e, de lá para cá, o déficit do doce (quando os agricultores produzem menos cacau do que o mundo consome) só vem aumentando. E a expectativa agora não é nada alentadora.
Em 2013, consumimos aproximadamente 70 mil toneladas métricas de cacau além do volume produzido. Em 2020, esse déficit pode chegar a 2 milhões de toneladas métricas. E o problema não está apenas no aumento de consumo - impulsionado por novos mercados, como a China -, mas também na queda da oferta de cacau.
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Na Costa do Marfim e em Gana, responsáveis por 70% da produção mundial de cacau, o clima seco tem reduzido muito a produção. E fungos que também gostam do fruto não têm contribuído muito para reverter essa situação: a Organização Internacional do Cacau estima que pragas tenham eliminado de 30% a 40% da produção global de cacau.
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Assim, muitos agricultores passaram a apostar em gêneros considerados mais rentáveis, como o milho. Os preços já começaram a subir, e o jornal aponta que a aposta, agora, está na substituição de ingredientes: com menos cacau, a gordura vegetal, por exemplo, deve estar mais presente. O desafio, segundo as fabricantes, está em manter o sabor e atender à demanda frente à disponibilidade cada vez menor dessa matéria-prima.
* Zero Hora