Caio Cigana
Basta uma rápida recorrida nos números para entender o tamanho da tentação criadora do escândalo que levou à inédita prisão em série de figurões de parte das maiores empreiteiras do país. Com a promessa cumprida do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de 2002 de ressuscitar a indústria naval e forçar a Petrobras a direcionar compras para empresas brasileiras, foram cerca de R$ 780 bilhões investidos pela estatal nos 10 anos seguintes, volume ainda inflado pela descoberta do bilhete premiado chamado pré-sal. No período de 2014 a 2018, a previsão era acrescentar à conta outros R$ 560 bilhões - em refinarias, plataformas, navios-sonda e todo tipo de equipamento necessário à exploração e beneficiamento das gigantescas reservas brasileiras.