Em dez anos, as nove construtoras envolvidas nas investigações da Operação Lava Jato receberam R$ 11,4 bilhões em recursos federais, conforme mostra levantamento da ONG Contas Abertas, com base em dados do Portal da Transparência.
Os números mostram que, no governo Dilma Rousseff, os pagamentos às construtoras atingiram a casa dos R$ 2,5 bilhões ao ano, a partir de 2012. Antes disso, não ultrapassavam R$ 1 bilhão anual. Essa evolução pode ter relação com o prazo de maturação de grandes obras do PAC, avalia o secretário-geral da organização, Gil Castello Branco.
- Nesse momento, faz-se necessário investigar não apenas as irregularidades dessas empreiteiras com a Petrobras, mas também com as demais empresas estatais, bem como conexões com o Orçamento Geral da União, inclusive as obras do PAC. Diante das informações oferecidas pelos delatores e dos valores envolvidos, é possível imaginarmos outras repercussões fora do âmbito da Petrobras - afirmou Branco.
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Os valores se referem apenas a pagamentos realizados pela administração pública direta, formada pelos diversos ministérios, e abrange parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Não estão na conta as concessões, os investimentos a cargo das empresas estatais, nem os empreendimentos que o governo toca em parceria com o setor privado, como é o caso das grandes hidrelétricas como Jirau, Santo Antônio e Belo Monte.
Em outro levantamento, a ONG mapeou 11 empreendimentos do PAC na área de energia que têm a participação de alguma das nove construtoras como responsável pelo empreendimento. Dessas, 10 ainda estão em etapa preparatória. Por isso, ainda não há valor determinado para elas.
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