Fernanda da Costa
Enquanto o Brasil estipulou a meta de oferecer ao menos sete horas de aprendizagem para 25% dos alunos até 2024, os Estados Unidos discutem como ampliar essa carga horária. Para isso, muitas escolas públicas estadunidenses apoiam-se em organizações não-governamentais, o que tende a ser o futuro do Brasil.
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A diretora executiva da organização não-governamental com sede em Nova Iorque Every Hour Counts (Cada Hora Conta, no português), Jessica Donner, explica que nos Estados Unidos, onde os alunos passam cerca de sete horas na escola, a maioria dos colégios mantêm parcerias com ONGs para trabalhos após o período escolar, chamados de programas "after-school". Assim, os estudantes podem receber até mais três horas de aprendizagem por dia, somando 10 horas no total. O saldo é 150% superior à carga horária da maioria das escolas brasileiras, onde os alunos passam apenas quatro horas por dia.
Em visita ao Brasil para palestrar no Seminário Internacional "Educação + Participação = Educação Integral", realizado há dez dias em São Paulo pela Fundação Itaú Social, Jessica explica que os programas after-school são essenciais para diminuir o "abismo" educacional entre estudantes ricos e de baixa renda. Nos Estados Unidos, segundo a diretora executiva, filhos de famílias ricas chegam aos 12 anos com seis mil horas de aprendizagem a mais do que os pobres.
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