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Ex-ministro da Saúde e um dos pioneiros das cirurgias de coração no Brasil, Adib Jatene morreu nesta sexta-feira à noite, em São Paulo. O médico, criador da CPMF, estava internado no Hospital do Coração (HCor) desde o dia 22 de setembro, quando sofreu um infarto agudo do miocárdio.
Jatene era diretor-geral do hospital onde morreu. Acreano de Xarupi, era filho de um seringueiro libanês e de uma dona de armarinho. Formou-se aos 23 anos pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Foi o primeiro cirurgião a realizar a operação de ponte de safena no país e também destacou-se por ter inventado equipamentos e ferramentas da área médica. Ao longo da carreira, acumulou no currículo mais de 20 mil cirurgias.
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Apesar de não ser filiado a partidos, também teve destaque no campo político. Foi secretário estadual da Saúde de São Paulo no governo de Paulo Maluf (1979-1982), e por duas vezes assumiu como ministro da área, nos governos de Fernando Collor (por oito meses) e Fernando Henrique Cardoso (por 22 meses).
Na gestão tucana, sua marca foi a criação da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), para financiar a saúde brasileira. Também contribuiu para o projeto dos medicamentos genéricos e no programa de combate à Aids.
Em 2012, o médico já havia sido internado com dores no peito, passou por um cateterismo e colocou um stent (prótese metálica para a desobstrução de artérias).
Internado desde 22 de setembro deste ano, o médico chegou a receber alta da UTI no dia 14 de outubro e foi transferido para um quarto. Ontem, não resistiu às complicações no coração.
O ex-ministro deixa quatro filhos - os também médicos Ieda, Marcelo e Fábio, além da arquiteta Iara - e a esposa Aurice Biscegli Jatene.