Greg Wood / AFP
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Coalas e protestos

O primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, prometeu, no primeiro dia da reunião do G-20 no país, que os líderes vão entregar propostas para acrescentar US$ 2 trilhões à economia mundial, por meio de incentivos ao comércio internacional e mais investimentos em infraestrutura. Segundo ele, essas medidas vão gerar milhões de empregos e impulsionar o PIB global em "mais de 2%" sobre os níveis projetados para os próximos cinco anos.
- Sim, nós queremos um comércio mais livre e vamos conseguir isso. Sim, nós precisamos de mais infraestrutura e vamos construir. Essa é a nossa mensagem para o mundo: governos podem entregar resultados, governos podem chegar a um acordo para um mundo melhor. Podemos ter mais empregos e mais crescimento - disse Abbott na abertura oficial da reunião na cidade de Brisbane.
Cada país do G-20 - que representa 85% do PIB global - deve apresentar um plano abrangente durante o encontro sobre como dar sua contribuição para a meta de adicionar US$ 2 trilhões à economia mundial. Entretanto, não está claro se o comunicado final vai apresentar esses detalhes.
G20 se compromete a erradicar a epidemia de Ebola

Os governantes também se comprometeram a fazer o possível para erradicar a epidemia de Ebola.
- Os membros do G20 se comprometem a fazer o que for necessário para que os esforços internacionais resultem na erradicação da epidemia, e enfrentar o custo econômico e humanitária a médio prazo - afirma um comunicado publicado neste sábado.
Os chefes de Estado e de Governo também apelaram ao Banco Mundial (BM) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que "continuem com o sólido apoio aos países afetados", para que sejam estimulados a "explorar novos mecanismos flexíveis para enfrentar no futuro as repercussões econômicas de crises similares".
O BM aproveitou a reunião do G20 para defender seu projeto de criação de "fundos de emergência" para combater de maneira mais eficiente as próximas pandemias e "evitar a repetição da reação lenta, tardia e muito fragmentada ao vírus Ebola". A instituição considera que a propagação da atual epidemia pode custar mais de 32 bilhões de dólares à África Ocidental até o fim de 2015.
Reunião com clima de Guerra Fria
A véspera do encontro foi marcada por clima tenso entre as potências ocidentais e a Rússia. O Reino Unido e a anfitriã Austrália criticaram a atitude da Rússia na crise ucraniana na sexta-feira. O dia também foi marcado pela presença de navios russos na costa australiana e advertências de Moscou contra a França.
Em um discurso no parlamento australiano, o primeiro-ministro britânico David Cameron alertou a Rússia de que poderá sofrer mais sanções caso não se comprometa a resolver a crise ucraniana.
- A Rússia se comporta como um grande Estado que agride os pequenos Estados na Europa - afirmou o chefe de governo britânico.
Abbott denunciou o incremento das atividades militares russas em todas as frentes, e citou a presença de vários navios da marinha russa no norte da costa australiana.
- A agressão à Ucrânia, aviões militares no espaço aéreo do Japão e de países europeus, e agora a presença de sua força naval no Pacífico Sul demonstram que a Rússia está mais segura de si agora do que esteve há muito tempo - disse Abbott.

Antes das reuniões oficiais, os líderes do grupo aproveitaram um tradicional churrasco australiano nas dependências do Parlamento. O menu incluiu camarões, ostras, carneiro e pavlov, uma tradicional sobremesa de merengue, geralmente servida com frutas e chantily. Muitas primeiras-damas visitaram um santuário de vida animal, onde brincaram com coalas e alimentaram cangurus. Os chefes de governo também foram saudados por uma tradicional cerimônia de boas-vindas de uma tribo aborígine.
Do lado de fora do centro de convenções onde ocorre o encontro, centenas de manifestantes enfrentaram o forte calor e driblaram uma série de barreiras policias para cobrar ações contra as mudanças climáticas e pedir que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fosse banido da reunião. Os protestos foram pacíficos, mas dois manifestantes foram presos para averiguação. Fonte: Associated Press.
*AFP