A Brigada Militar realiza uma busca "virtual", como define o corregedor Jairo de Oliveira Martins, para encontrar o soldado Maiquel de Almeida Guilherme, 33 anos, que fugiu do Presídio Militar, em Porto Alegre, na noite da última sexta-feira.
O soldado, que trabalhou como PM no 11º Batalhão da Polícia Militar, foi condenado a 29 anos e 11 meses de prisão por dois crimes: a morte do coronel da reserva do Exército Julio Miguel Molinas Dias, ex-comandante do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) no Rio de Janeiro, nos anos 1980, em uma tentativa frustrada de assalto, e ao roubo a uma farmácia, ambos os crimes no final de 2012.
Conforme o coronel Martins, a BM está buscando informações com pessoas próximas do fugitivo, mas ainda não conseguiu identificar o paradeiro do soldado. Ninguém teria presenciado a fuga de Maiquel, mas acredita-se que tenha sido durante um culto religiosos, que ocorria no refeitório - ele teria fugido por uma janela. O comando-geral da BM determinou a abertura de um Inquérito-policial Militar para apurar a fuga, que será conduzido pelo tenente-coronel Arlindo Marques.
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Maiquel ingressou na BM em 2009 e, por causa dos crimes, responde a um processo administrativo que deverá resultar na sua expulsão da corporação. Com Maiquel, também foi condenado pelos crimes o colega dele, Denys Pereira da Silva, 25 anos, que já foi excluído da BM - e está recolhido no Presídio Central de Porto Alegre.
Relembre o caso
Os policiais militares Denys Pereira da Silva, 24 anos (à época), e Maiquel de Almeida Guilherme, 33 anos, foram condenados pela Justiça gaúcha pela morte do coronel de reserva do Exército Júlio Miguel Molina Dias, 78 anos. O crime ocorreu após um assalto frustrado, em 1º de novembro de 2012.
Ex-chefe do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), no Rio de Janeiro, o oficial guardava em casa um tesouro histórico: uma pasta com 200 folhas, a maioria com timbre do Ministério do Exército, continha o registro de entrada do ex-deputado federal, engenheiro civil e empresário paulista Rubens Paiva, no DOI-Codi. A passagem dele pelo centro de tortura jamais foi admitida pelas Forças Armadas.
Nos documentos de Molinas também constavam manobras militares para encobrir o atentado à bomba no Riocentro, protagonizado por homens de serviço de espionagem do Exército, em 1981.