
Na tradicional mensagem de Natal, o Papa Francisco referiu-se aos fundamentalistas e pediu o fim da "perseguição brutal" dos cristãos e dos massacres e captura de reféns, desde o Oriente Médio até a Nigéria.
Emocionado e indignado, o papa argentino, de 78 anos, pronunciou a bênção "urbi et orbi" (à cidade e ao mundo) na Basílica de São Pedro, diante de uma multidão de fiéis - quase 100 mil pessoas se reuniram.
Sem citar o Estado Islâmico, o pontífice condenou a "perseguição brutal" sofrida por "nossos irmãos e irmãs cristãos do Iraque e da Síria", ao lado de "outros grupos étnicos e religiosos.
- Que o Natal traga esperança, assim como a tantos deslocados e refugiados daquela região e de todo o mundo - disse.
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O pontífice citou também as "crianças massacradas nos bombardeios, inclusive onde nasceu o Filho de Deus", na Terra Santa, sem fazer referência a Israel nem aos palestinos por esta violência.
Francisco, que desta vez não fez referência à América Latina, lamentou que na Nigéria "muitas pessoas sejam retidas como reféns ou massacradas". O papa falou ainda sobre as crianças "mortas antes de ver a luz", em uma condenação explícita do aborto.
Ao falar sobre a Ucrânia, o papa apelou para que se vença o ódio e a violência, com "um novo caminho de fraternidade e reconciliação". Por fim, o pontífice expressou sua solidariedade com as vítimas da epidemia de Ebola, "especialmente na Libéria, Serra Leoa e Guiné".
- Agradeço de coração aos que estão se esforçando com valentia para ajudar os enfermos e suas famílias - afirmou.
Popularidade em alta
O pontífice passa o segundo Natal no comando da Santa Sé, com uma grande popularidade em todo o mundo, inclusive entre alguns ateus e membros de outras religiões.
Na tradicional missa do Galo, celebrada na quarta-feira à noite, Francisco pediu aos católicos que respondam com "ternura" e "doçura" às situações mais duras do mundo.
"Quanta necessidade de ternura o mundo tem hoje!", conclamou ele, diante dos peregrinos.
- Temos a coragem de acolher com ternura as situações difíceis e os problemas de quem está ao nosso lado, ou preferimos soluções impessoais, talvez eficazes, mas sem o calor do Evangelho? - questionou o papa durante a solene homilia celebrada na basílica de São Pedro.
* AFP