Sem cozinheiros e auxiliares de limpeza, pelo menos três Escolas Municipais de Educação Infantil (Emei) de Porto Alegre estão sem aula desde a semana passada.
As escolas Vila Nova Restinga, Tio Barnabé e Mamãe Coruja, que atendem crianças de zero a seis anos em turno integral, suspenderam as atividades por tempo indeterminado. A Secretaria Municipal de Educação (Smed) não informou quais as outras instituições que passam pelo mesmo problema.
Responsáveis por parte do atendimento às centenas de crianças que frequentam as escolas, os funcionários deixaram de ir trabalhar porque não receberam os benefícios de vale-alimentação e vale-transporte referentes ao mês de dezembro, nem a primeira parcela do 13º.
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- A escola está com professores e monitores, mas os terceirizados não estão trabalhando desde quinta passada. Não podemos receber as crianças sem fornecer alimentação - disse um funcionário de uma das escolas que não quis ser identificado.
Na terça-feira, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) disse, em nota, que a prefeitura suspendeu no dia 15 de dezembro os repasses de verba para a Cooperativa de Trabalho Rio-Grandense, que terceiriza o serviço, e prometeu efetuar o pagamento do vale-refeição e vale-transporte aos trabalhadores dentro de 24 horas.
Para os pais dos alunos, no entanto, cada dia é precioso. Sem ter com quem deixar o filho de três anos, que frequenta a Tio Barnabé, o administrador de empresas Alex Almeida Gomes recorreu a uma escola privada. Cada dia sem aula na municipal são R$ 90 a menos na conta da família.
- Não tivemos nenhum retorno por parte da prefeitura e terça-feira (que vem, 23) é o último dia de aula. Acho que vão empurrar com a barriga - diz o administrador, que pretende cobrar judicialmente as diárias na escola privada do município.
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Na mesma nota divulgada na terça-feira, a prefeitura diz que vai rescindir o contrato com a Cooperativa de Trabalho Rio-Grandense, que venceu um processo licitatório para fornecer mão de obra terceirizada a escolas da rede municipal para as funções de cozinheiro, auxiliar de cozinha e auxiliar de serviços gerais. Procuradas pela reportagem, a Smed não se pronunciou sobre o assunto até a publicação da matéria e a Cooperativa de Trabalho Rio-Grandense não atendeu às ligações nos números disponibilizados para contato.