A segunda-feira foi marcada por protestos na região metropolitana de Porto Alegre. Em Eldorado do Sul, Alvorada e Canoas os protestos ocorreram por causa da falta de energia elétrica registrada desde o temporal de sábado. Em Porto Alegre, na Vila Cruzeiro, um ônibus foi incendiado após um jovem ser morto em confronto com a Brigada Militar.
O protesto que teve mais tempo de duração foi o registrado na BR-290, em Eldorado do Sul. Moradores da região das Ilhas, em Porto Alegre, bloquearam a via por quase quatro horas. O bloqueio, que se iniciou no final da tarde de segunda, ocorreu no Km 96 da freeway e no Km 101 da BR-290 em razão da falta de luz na região desde o final de semana.
Foto: Triunfo Concepa, Divulgação
Os moradores bloquearam a pista com pneus em chamas próximo ao DC Shopping, no sentido Porto Alegre-Litoral. Às 23h50min, a CEEE informou que a energia havia sido totalmente restabelecida na região das Ilhas. O trânsito foi liberado por completo por volta da 0h20min de terça. O congestionamento chegou a 10 quilômetros no local e durou até por volta da 1h30min.
Moradores da região das ilhas protestam e bloqueiam a BR-290
Protestos se espalham pela Capital e Região Metropolitana
Moradores de Alvorada bloqueiam avenida em protesto por falta de luz
Em Alvorada, os moradores do bairro Salomé bloquearam a avenida de mesmo nome também por falta de energia elétrica no começo da noite de segunda. Eles atearam fogo em madeira, pneus e sofás velhos em forma de protesto pela falta de luz. Nos bairros São Pedro, Jardim Algarve e Jardim Esplanada também ocorreram manifestações, encerradas pouco depois da meia-noite.
Em Canoas, dezenas de moradores protestaram também contra a falta de luz na Rua Pistoia, no bairro Rio Branco. Eles colocaram fogo em galhos de árvores para obstruir a passagem pela rua. Por volta da meia-noite, a situação foi normalizada e o trânsito liberado.
Na Vila Cruzeiro, um ônibus foi incendiado no bairro Santa Tereza, em Porto Alegre. Vias foram bloqueadas e houve de tiros com a Brigada Militar (BM). A polícia passou a madrugada na Vila Cruzeiro em busca de suspeitos do protesto. A suspeita é que o protesto tenha começado como uma possível retaliação pela morte de Bruno Galvão Queiros Ramos, 18 anos, que teria antecedentes criminais, segundo o major José Carlos Pacheco, subcomandante do 1º Batalhão de Polícia Militar.
Conforme a BM, por volta das 20h, o jovem teria recebido uma guarnição da BM a tiros no Acesso 5, entre as ruas Orfanotrófio e Octavio de Souza. Baleado, ele chegou a ser socorrido mas morreu no HPS. Com ele foram apreendidos um revólver calibre 38 com dois cartuchos deflagrados e pacotes de drogas. Pouco antes da 1h, entulhos foram incendiados na Rua Cruzeiro do Sul para driblar o cerco dos policiais.
A EPTC chegou a suspender a circulação da linha Orfanotrófio e desviou a T3, nos dois sentidos. Na manhã desta terça pelo menos nove linhas de ônibus atrasaram o funcionamento com os funcionários das empresas solicitando mais segurança para circular, conforme informações da Rádio Gaúcha.