
O presidente do Peru, Ollanta Humala, anunciou que está processando o Greenpeace por invasão ao monumento arqueológico Linhas de Nazca, danificadas por ativistas na última segunda-feira em uma manifestação de alerta sobre as alterações climáticas. Ele ainda exigiu um pedido de desculpas à ONG.
- Espero que haja um pedido de desculpa, à margem das ações que os ministérios da Cultura e da Justiça estão promovendo - disse Humala na televisão pública do Peru.
A ação da organização ocorreu em área estritamente proibida, onde colocaram letras gigantes de tecido amarelo com a frase Time for Change! The Future is Renewable (É Tempo de Mudar! O Futuro É Renovável!). Segundo o Ministério da Cultura, "foram detecados danos irreparáveis numa área de 1,6 mil metros quadrados".
O anúnccio acontece um dia depois de o vice-ministro peruano da Cultura, Luis Jaime Castillo, ter recusado o pedido de desculpa de um representante da Greenpeace. A organização ambientalista alega que não causou danos às Linhas de Nazca.
- Não aceitamos as desculpas. Eles não aceitam os danos causados - disse o vice-ministro da Cultura, depois de ter recebido o porta-voz da Greenpeace.
O Greenpeace emitiu um comunicado, ontem, em que pediu desculpas pela sua ação.
- Lamentamos profundamente e estamos plenamente conscientes de que a nossa mensagem não foi recebida como esperávamos. Em vez de transmitir um pedido de urgência e esperança aos líderes que se reuniram na Cúpula do Clima das Nações Unidas, que ocorre em Lima, a nossa mensagem teve um efeito muito distinto, entendido como desrespeitoso - disse a organização.
Patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura desde 1994, as Linhas de Nazca, com mais de 2 mil anos, são representações de figuras de diferentes complexidades, que vão desde simples linhas até imagens de animais e plantas, no Deserto de Nazca, no Peru.
*AFP