Aliados do governador eleito José Ivo Sartori estão descontentes com os cortes de secretarias. Nos bastidores, PDT, PP e PSB tentam ganhar mais espaço na equipe. O argumento mais usado é de que os cortes têm baixo impacto nas despesas e provocam desgaste político.
A crítica é a mesma feita pela oposição, mas Sartori não dá sinais de que possa recuar mais - ele já desistiu de unir a Secretaria da Agricultura com a do Desenvolvimento Rural e de juntar a Cultura com o Esporte e o Turismo.
A lógica dos cortes e das fusões não é apenas redução de despesas. Sartori tem outros motivos para propor uma equipe mais enxuta. Primeiro, ele acha que é mais fácil governar com um número menor de secretários. Segundo, sabe que o corte tem apelo popular. Terceiro, o governador eleito considera mais produtivo reunir atividades de áreas afins, como Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação.
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As ofertas de secretarias a PP e PDT, partidos que não estavam com o PMDB no início da campanha, em detrimento do PSB, desagradam aos socialistas. O partido pretendia ocupar três pastas, mas terá de se contentar com duas, de médio e pequeno portes.
O presidente estadual, Beto Albuquerque, demonstra desconforto.
- Temos visto o governador acertar espaço com outros partidos, mas conosco ainda não evoluiu. Não podemos ficar só com duas secretarias pequenas ou médias. O valor da composição não é só o peso dos votos na Assembleia, mas as relações políticas.
Houve uma época, lá atrás, que não havia dinheiro para a campanha, que o Sartori estava atrás, e nos mantivemos firmes ao seu lado. Nunca se deve esperar gratidão em política, mas as relações podem se qualificar.
O PSB pediu para indicar os secretários de Obras (José Stédile), do Trabalho (Miki Breier) e da Saúde ou Minas e Energia (Beto Grill).