
Reconduzido pelo governador José Ivo Sartori ao cargo de Chefe de Polícia, o delegado Guilherme Wondracek afirmou que o combate aos crimes contra o patrimônio será o foco da sua gestão. Alçado ao comando da Polícia Civil ainda no governo Tarso Genro, Wondracek foi escolhido para continuar no cargo, sendo empossado em cerimônia na tarde desta quinta-feira, no Palácio da Polícia.
- Nosso foco é diminuir os crimes contra o patrimônio, em especial o roubo de veículos. É vontade nossa reduzir essa sensação de insegurança dos motoristas - explicou Wondracek.
Em um breve discurso, o governador classificou a segurança como a área "mais exposta da nossa sociedade". Ele ainda determinou que haja integração total entre as forças de segurança, sobretudo Polícia Civil e Brigada Militar, e afirmou que a meta do governo é fazer do Rio Grande do Sul o Estado da "qualidade de vida".
Também em manifestação sucinta, o secretário de Segurança, Wantuir Jacini, afirmou que o objetivo da gestão será proteger "a vida, a propriedade e a liberdade". Ele também destacou o combate aos crimes contra o patrimônio.
Após a cerimônia, Jacini confirmou que, para fazer economia diante da crise financeira, haverá cortes orçamentários, incluindo horas extras de servidores da Brigada Militar. Ele evitou confirmar que isso irá reduzir o policiamento ostensivo nas ruas.
- Vamos cumprir o decreto (que determinou contenção de gastos). Lei é para ser cumprida. Ainda vamos reunir com a área econômica para tratar dessa excepcionalidade. Eu acredito que não haverá diminuição de homens nas ruas - disse Jacini.
Sobre o Presídio Central, o secretário afirmou que o objetivo é "continuar com a política de desativação progressiva".
Chefe de Polícia, Wondracek afirmou que ainda não está decidido se o corte de horas extras se imporá sobre a corporação como medida de corte de gastos públicos.
- Vamos ter essa sinalização da Secretaria da Fazenda. Se tiver de fazer redução, vamos otimizar e fazer modificações para que o serviço não seja prejudicado - explicou.
Ele não descartou que a Polícia Civil efetive a contratação dos 650 aprovados em concurso que tiveram a convocação autorizada pelo ex-governador Tarso Genro, no dia 26 de dezembro. Alegando dificuldades financeiras, o Piratini, já sob o comando de Sartori, indicou inicialmente que não chamaria os aprovados para os seis meses de curso preparatório, requisito para a nomeação como policial civil.
- Está sob análise da Fazenda. Queremos ver se o caixa comporta o chamamento desses pouco mais de 600 policiais. Talvez, daqui um tempo, possamos chamar alguns - disse Wondracek.
O delegado ainda comentou o combate à corrupção na Polícia Civil. O comissário Nilson Aneli, que foi assessor do ex-secretário da Segurança Airton Michels, está sob investigação por suposta ligação com o traficante Alexandre Goulart Madeira, o Xandi.
Xandi foi assassinado em Tramandaí por uma facção rival no último domingo. Testemunhas e aliados de Xandi dizem que Aneli estava no local e fazia segurança do traficante. O policial alega que foi ao local somente após o tiroteio, depois de ser avisado de que um sobrinho seu foi baleado.
- A corrupção se diminui com uma corregedoria forte e atuante, identificando esses policiais, os punindo e os retirando da instituição - avaliou Wondracek.
Ao final da cerimônia, o governador, ao perceber a aproximação de cinco jornalistas, disse que não iria conceder entrevista. A reportagem de ZH conseguiu alcançar Sartori novamente no corredor de acesso a um dos elevadores do Palácio da Polícia, depois de ele distribuir apertos de mão no local. Uma pergunta sobre o futuro do Presídio Central foi feita, mas Sartori seguiu caminhando, olhando para a frente e sem responder, se limitando a fazer um gesto de positivo.