
Os resultados preliminares da necropsia feita no corpo do promotor Alberto Nisman - que acusou a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, de acobertar o Irã no caso do atentado de 1994 contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) - apontam para a hipótese de suicídio. O promotor foi encontrado morto em seu apartamento, no domingo, com um disparo na têmpora direita.
- O decano do necrotério judicial comunicou à representante do Ministério Público que, na morte de Nisman, não houve intervenção externa - informou a promotora Viviana Fein, encarregada da investigação. - Vamos investigar se houve algum tipo de indução ou instigação por meio de ameaças, seja por meio de telefonemas ou por mensagens de texto - disse Fein à Rádio América, acrescentando que a necropsia é clara ao mostrar que Nisman se matou.
Uma fonte do Instituto Médico Legal explicou à Infojus Noticias, site de informação do Ministério da Justiça, que a necropsia determinou que "a única lesão encontrada no corpo de Nisman é a que produziu sua morte: um projétil de arma de fogo que entrou na região parietal-temporal direita, o que se conhece vulgarmente como têmpora". O corpo "não tinha lesões prévias", acrescentou a fonte.
A morte foi anunciada nesta segunda-feira, mesmo dia em que Nisman deveria comparecer perante o Congresso para explicar sua denúncia contra Kirchner e o chanceler Héctor Timerman.
- A morte de Nisman não tem absolutamente nada de normal - declarou o secretário-geral da Presidência, Aníbal Fernández, dizendo-se chocado.
Kirchner determinou nesta segunda-feira que sejam tornadas públicas as informações da inteligência relacionadas com a investigação do atentado, solicitadas por Nisman na semana passada.
A promotora Viviana Fein confirmou a morte do promotor por arma de fogo calibre 22, encontrada junto ao seu corpo em um apartamento de Puerto Madero, em Buenos Aires. O cadáver do promotor foi encontrado por sua mãe, contatada pelos seguranças de Fernández - 10 agentes da polícia - que alertaram a família diante da falta de resposta a telefonemas no domingo.
Nisman havia sido designado em 2004 por Néstor Kirchner como promotor especial para o caso AMIA, um ano após a anulação de um julgamento por irregularidades na investigação.
*AFP