O Tribunal de Justiça (TJ) do Rio Grande do Sul vai apurar, a partir de uma investigação policial, o envolvimento de um juiz de Jaguarão, no sul do Estado, em um acidente de trânsito que terminou em morte. As informações são da Rádio Gaúcha.
Se houver processo criminal, Antonio Carlos de Castro Neves Tavares, 33 anos, pode ser indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) ou doloso (quando assume o risco de morte). A diferença é que o caso seria julgado por 25 desembargadores, e não por apenas um juiz, como ocorre em casos comuns.
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O acidente ocorreu na noite da última quinta-feira, no centro de Jaguarão. Um motociclista trafegava pela Avenida Odilo Gonçalves, via preferencial, quando foi atingido pelo Corolla dirigido pelo juiz, que vinha da Rua dos Andradas.
Dieison Vieira Binagui, 34 anos, foi encaminhado para atendimento em Pelotas, mas não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois. Natural de Passo Fundo, ele era proprietário de um trailer de lanches em Jaguarão e figura conhecida na cidade. Binagui era casado e tinha um filho de 12 anos.
Segundo a Brigada Militar, o magistrado não apresentava sinais de embriaguez, mas o teste do bafômetro não poderia ser feito pois o aparelho do batalhão não está funcionando. Tavares também não prestou depoimento à Polícia Civil.
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De acordo com o desembargador Túlio Martins, o juiz seguiu os procedimentos adequados, comunicando o fato à administração do TJ.
- A principal autoridade da cidade não pode se reportar a outra que não seja o presidente do TJ. Mas ele será investigado como qualquer outra pessoa - garantiu.
Ainda segundo Martins, o processo terá tratamento rápido, já que "existe uma expectativa da sociedade para essa prioridade".
Tavares assumiu a 1º vara da comarca de Jaguarão há cerca de um ano e não deverá ser afastado do cargo durante o processo. Ele deve ser responsável por dar o veredito sobre o caso Chácara da Porrada, caso de tortura cometido por policiais militares denunciado pelo Ministério Público e divulgado pela Rádio Gaúcha.
Segundo a assessoria de imprensa do TJ, o juiz não vai se pronunciar sobre o assunto antes de sair alguma decisão.
