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Golpe milionário

Maurício Dal Agnol deixa a cadeia após conseguir habeas corpus

Advogado estava preso em Passo Fundo por suspeita de dar golpe em mais de 30 mil clientes

Diogo Zanatta / Especial
Advogado deixou o presídio do município na madrugada deste domingo

Após obter um um alvará de soltura na noite deste sábado, o advogado Maurício Dal Agnol foi liberado por volta da 1h30min de domingo. Ele estava preso em Passo Fundo desde 22 de setembro, acusado de enganar 30 mil clientes.

A defesa dele conseguiu o habeas corpus, assinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello. De acordo com o advogado de defesa, Cezar Bittencourt, Dal Agnol vai para casa ficar com a família. Somente depois do Carnaval eles se reunirão para definir a estratégia de defesa. Bittencourt garante que Dal Agnol vai ressarcir as vítimas.

Conheça a trajetória de Dal Agnol

De acordo com a Polícia Federal (PF), o advogado lucrou, de forma criminosa, R$ 100 milhões. Em fevereiro de 2014, um inquérito com o resultado da investigação levou Dal Agnol a se tornar um dos mais poderosos foragidos da Justiça brasileira. Ele se apresentou às autoridades em junho.

Entenda como funcionava o golpe

Réu em uma ação que o acusa de ter traído a confiança dos clientes, ele teria ficado com a maior parte de R$ 300 milhões obtidos de causas contra a empresa de telefonia Brasil Telecom (BrT), em nome de antigos acionistas da Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT).

O advogado levou R$ 50 milhões em honorários para fazer um acordo com a BRT, mas teria recebido o dinheiro dos clientes e repassado, em média, apenas 20% do devido - ou, em alguns casos, nenhum valor.

Quase R$ 100 milhões em 400 contas

Dal Agnol teve a prisão preventiva decretada pela juíza Ana Cristina Frighetto, da 3ª Vara Criminal de Passo Fundo. Foram duas as motivações: ele costumava guardar armas de uso restrito, como fuzis e pistolas (o que é crime inafiançável). E, o principal motivo: o saque de R$ 99 milhões de suas contas bancárias no Rio Grande do Sul, dando ao dinheiro destino ignorado.

Justiça bloqueia bens de empresas e honorários do acusado

Em fevereiro, Dal Agnol e seu grupo tinham sido denunciados pela Operação Carmelina, cujo nome homenageia uma senhora que morreu de câncer enquanto esperava o dinheiro jamais pago pelo advogado.

- Não havia necessidade nenhuma de continuar preso. Tivemos de ir até o Supremo, mas conseguimos a liminar - argumenta o defensor dele, Cezar Bittencourt.

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