Adriano Duarte
Taís Helena Galon Borges, 36 anos, teve uma atitude inesperada em Caxias do Sul. Diante das longas filas de veículos no Posto Imigrante, no bairro Lourdes, ela não titubeou: estacionou o carro e saiu bradando para que os motoristas parassem de abastecer mesmo com a ameaça de falta de combustível em função do protesto dos caminhoneiros que varre o país.
Veja o vídeo:
O discurso improvisado e acalorado da mulher aconteceu no final da tarde de quarta-feira. Taís voltava do trabalho quando viu o congestionamento no posto. Ela circulou entre as bombas e a fila de carros implorando a todos que apoiassem os caminhoneiros na mobilização. A categoria bloqueou estradas em todo o país para exigir a redução no preço do diesel, a revisão do preço dos fretes e a redução das tarifas de pedágio.
- Não faltará combustível. Se vocês continuarem abastecendo, o preço não vai baixar. É a lei do mercado - gritou.
O apelo da mulher, que gerencia uma empresa, durou pouco mais de dois minutos. Ao Pioneiro, ela contou que se irritou com a falta de apoio da população e com relatos de que caminhoneiros estavam sendo reprimidos em outras cidades. A mulher garante não ter filiação partidária ou parentes no ramo de transporte de cargas.
- Fiz a minha parte, como cidadã. Precisamos apoiar essa luta, desse jeito não vamos a lugar algum - contou Taís, que saiu de Lourdes para apoiar protestos na BR-116.