
Sem receber aviso oficial da Secretaria Estadual de Saúde sobre o desligamento do serviço aero-médico, o ex-coordenador do Samu Estadual Maicon Vargas diz que aguarda uma posição oficial sobre a vigência do convênio entre governo do Estado e Prefeitura de Imbé.
Vargas não coordena mais o serviço oficialmente desde que o governador José Ivo Sartori tomou posse. Mesmo assim, continua comandando a equipe (que ele mesmo contratou) e foi o responsável por mandar os oito médicos e sete enfermeiros para casa no sábado, quando o serviço parou de ser acionado pela Central de Regulação do Samu. Foi descumprindo essa orientação e seguindo seu ímpeto profissional que a médica Rossana de Carli acompanhou o menino Thiago Baez Cichanowski, que caiu da sacada de um hotel em Capão da Canoa, no deslocamento até Porto Alegre.
- Se esse menino chegou salvo a Capital, foi graças ao voluntarismo da médica que foi mesmo sob orientação contrária. Sábado, ouvimos eles dizerem que nosso serviço não existe mais. Nós entendemos que estamos dispensados, mas até agora, a equipe não teve uma posição oficial. A última declaração do governo é que o convênio com Imbé estaria sendo desfeito para uma resestruturação do serviço. Mas não fomos notificados sobre a rescisão - afirma.
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Sábado foi o último dia de plantão da equipe. Segundo Vargas, como a central de regulação não emite mais chamados, "é preferível manter os profissionais em casa, para evitar pagamentos extras pela prefeitura de Imbé". Ele explica que a questão do aero-médicos é uma luta antiga do Estado e que todos os profissionais contratados passaram por seleção que levou em conta competência técnica.
- Ninguém da equipe tem filiação partidária. Somos todos "samuzeiros" há cinco ou seis anos. Estamos disponíveis para somar e contribuir com a saúde do Estado. Não é justo que as decisões sejam tomadas de maneira arbitrária - lamenta.
Nota reafirma vigência do serviço
Por meio de nota emitida no final da tarde desta terça-feira, a Secretaria Estadual da Saúde reafirma que o atendimento aero-médico continua sendo prestado pelo helicóptero da Brigada Militar.
A nota informa ainda que o primeiro atendimento de Thiago teria sido às 9h40min no Hospital Santa Luzia, de Capão da Canoa, e a chegada em Porto Alegre ocorreu às 12h34min.
"Neste período, desde a entrada no Hospital Santa Luzia, até a chegada na capital, a criança recebeu todos os cuidados intensivos médicos. De acordo com as informações do HPS, o menino apresenta um quadro de Traumatismo Craniano Encefálico (TCE) grave e permanece em coma induzido", diz a nota.
Segundo o diretor do Departamento de Assistência Hospitalar e Ambulatorial da Secretaria Estadual da Saúde, Alexandre de Britto, os dois helicópteros adquiridos pela SES, em 2014, permanecem nos Estados Unidos, aguardando a entrega por parte do fabricante.