Perdeu o governador José Ivo Sartori mais uma oportunidade de dizer a que veio. Ao entregar pessoalmente a mensagem anual ao Legislativo e usar a prerrogativa de discursar no plenário, Sartori poderia ter feito uma manifestação histórica e indicado com clareza o caminho que pretende seguir, mas preferiu ficar na superfície. Pior, classificou as medidas que estão sendo estudadas por sua equipe como mera especulação.
No discurso, que proferiu diante de uma plateia desatenta, Sartori falou da crise, mas não avançou em relação ao que já se conhece do diagnóstico.
- A situação das finanças públicas não está no limite. Ela passou do limite - discursou, acrescentando que buscará o equilíbrio financeiro, não como um fim em si mesmo, mas como condição para ampliar os investimentos na área social.
Sartori diz que contas públicas "passarem do limite"
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Em uma espécie de vacina contra as críticas que receberá do PT, Sartori invocou a presidente Dilma Rousseff, que "está ajustando as contas para garantir os programas sociais". Sem dizer o que fará, acenou com "um novo ciclo de desenvolvimento sustentável".
O documento entregue à Assembleia traz, como a coluna adiantou, uma radiografia da situação financeira do Estado, com tabelas que mostram a deterioração das contas ao longo dos últimos anos. Não avança, porém, nas medidas que serão anunciadas depois do Carnaval.
A breve entrevista que concedeu foi um festival de generalidades: Sartori defendeu um Estado que funcione, que preste um bom serviço público à sociedade, gestão, qualificação para o trabalho, elaboração de propostas e do plano de governo.
O que virá a seguir ficou nas entrelinhas:
- Vai chegar um momento em que inclusive teremos de escolher prioridades para poder investir naquilo que é essencial e fundamental e naquilo que se pode fazer.
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