O jornal O Estado de S. Paulo divulgou na edição deste sábado os nomes de 28 das cerca de 70 empresas que estariam sendo investigadas na Operação Zelotes, que busca apurar a obtenção de supostos benefícios fiscais em processos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Entre elas, estão Santander, Bradesco, Ford e grupos com sede no Rio Grande do Sul, como Gerdau, RBS e Marcopolo.
Os casos teriam ocorrido entre 2005 e 2015. A operação mirou conselheiros e escritórios de advocacia suspeitos de operar dentro do conselho e de terem causado prejuízos estimados em ao menos R$ 6 bilhões aos cofres públicos.
Entre os mencionados, os maiores débitos em questão foram os discutidos por Santander, com R$ 3,3 bilhões, seguido de Banco Bradesco e Bradesco Saúde, com R$ 2,7 bilhões e Ford, com R$ 1,7 bilhão. Dos grupos gaúchos, Gerdau aparecia com R$ 1,2 bilhão, RBS com R$ 672 milhões e Marcopolo com R$ 260 milhões.
O jornal observa que a lista não é definitiva, pode aumentar ou diminuir e não significa condenação antecipada. Na relação, há empresas de diferentes setores, inclusive estatais, como Petrobras. Também são citadas, entre outras, Embraer, Banco Safra, BTG Pactual, Camargo Correa, Mitsubishi, Cervejaria Petrópolis, Bank Boston e Évora.
A maioria dessas empresas não se manifestou ou disse não ter conhecimento da apuração. Em nota, o Grupo RBS disse que "desconhece a investigação e nega qualquer irregularidade em suas relações com a Receita Federal". O Grupo Gerdau reiterou que não foi contatado por nenhuma autoridade pública declarou ter "rigorosos padrões éticos na condução de seus pleitos junto aos órgãos públicos".