O aluguel de um conjunto de dois andares de escritórios no elegante 1 Pierrepont Plaza, no bairro nova-iorquino do Brooklyn, pode ser um sinal do lançamento da campanha da senadora Hillary Clinton à presidência dos EUA. Se o contrato de aluguel noticiado pelo site Politico tiver sido assinado por um representante da campanha, Hillary terá 15 dias para oficializar a decisão de concorrer. Ex-primeira- dama em dois mandatos, de 1993 a 2000, ela foi derrotada nas primárias democratas de 2008 pelo então senador Barack Obama e, em seguida, convidada a assumir o prestigioso posto de secretária de Estado.
Na época, a candidatura de Hillary à presidência em 2016 foi dada como favas contadas (supunha-se que Obama dificilmente deixaria de concorrer à reeleição em 2012, como de fato aconteceu). Não era possível prever, no entanto, quais seriam as pedras em seu caminho. E elas foram muitas. Em 11 de setembro de 2011, pouco mais de um ano antes da crucial disputa pela reeleição de Obama, o consulado americano em Benghazi, Líbia, foi atacado por uma turba, e o embaixador Chris Stevens, morto. A então assessora nacional de Segurança, Susan Rice, obamista dos quatro costados, forneceu de início a versão de que o fato tinha sido consequência de um protesto contra um filme anti-islâmico. O governo ficou na defensiva e, num gesto heroico para uma futura candidata, Hillary assumiu a responsabilidade.
Durante a campanha, Benghazi se cruzará com outro incidente pelo qual Hillary terá de prestar contas. Há alguns meses, veio a público que, durante sua passagem pelo Departamento de Estado, ela teria utilizado apenas uma conta privada de e-mail. Pela legislação americana, toda a comunicação de integrantes da administração precisa ser registrada e preservada. Mas isso não se aplica, obviamente, a contas pessoais. Se, como secretária de Estado, Hillary demonstrou negligência em observar regras, isso é, no mínimo, ruim para sua candidatura à presidência. Alguns pré-candidatos republicanos, como Jeb Bush, já exigiram que ela divulgue e-mails relativos à crise de Benghazi.
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