Apresentadas como uma solução para ampliar a oferta de serviços médicos de urgência e emergência, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) correm o risco de naufragar por falta de recursos no Rio Grande do Sul. Os prefeitos alegam que não têm condições de bancar a diferença entre o custo de funcionamento de uma UPA e o que recebem dos governos estadual e federal.
O presidente da Famurs, Seger Menegaz (PMDB), prefeito de Tapejara, resume a situação em uma sequência de frases:
- Quem tem projeto não quer construir. Quem está com obra em andamento não quer finalizar. Quem concluiu não quer inaugurar. E quem inaugurou corre o risco de ter de fechar as portas.
Na terça-feira, às 14h, os prefeitos vão se reunir na sede da Famurs com representantes do governo estadual para discutir a situação das UPAs. A ideia é tentar obter recursos com o governo federal, já que no Estado a torneira está fechada. A promessa, feita em 2013, de dobrar as verbas estaduais para o custeio não se concretizou.
Menegaz diz que o custo de manutenção mensal de uma UPA varia de R$ 450 mil a R$ 900 mil. E que os municípios estão arcando com a maior parte, principalmente nas unidades de médio e grande portes.
No Rio Grande do Sul, existem hoje 13 UPAs em funcionamento. Dez estão prontas, aguardando a inauguração ou a aquisição de equipamentos. Outras 22 estão em construção. Em Alegrete, o prefeito Erasmo Guterres (PMDB) alega que o município terá dificuldade de manter, nos próximos meses, as despesas da UPA inaugurada em 29 de dezembro de 2014. Em Santo Ângelo, o prédio está concluído, mas o prefeito Valdir Andres (PP) diz que não tem dinheiro para colocar a UPA em funcionamento. Já o prefeito de Campo Bom, Faisal Karam (PMDB), revela que desistiu da construção da UPA após avaliar o alto custo para o município.
Leia todas as colunas de Rosane de Oliveira
Leia as últimas notícias de Política
Opinião
Rosane de Oliveira: UPAs estão ameaçadas pela crise
Leia a abertura da coluna Política+ desta segunda-feira
Rosane de Oliveira
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project