A polícia investiga o roubo de um material radioativo no noroeste do Estado, na madrugada de segunda-feira. O molibdênio-99, usado em equipamento para diagnósticos em medicina nuclear, estava sendo transportado em um caminhão que foi atacado por três criminosos por volta das 4h50min, na BR-386, próximo a Carazinho.
Segundo a Polícia Civil, o motorista foi deixado amarrado numa estrada de terra e os criminosos levaram apenas a embalagem com o material radioativo.
A substância, mesmo tendo uma atividade radioativa relativamente baixa, pode oferecer riscos à saúde caso sua estrutura de blindagem seja violada. O material saiu do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) em São Paulo, com destino à Associação Hospital Caridade de Ijui (RS).
A Cnen solicita a quem tiver conhecimento do paradeiro deste material que entre em contato com as autoridades policiais, por meio do telefone (54) 3329-860. O molibdênio está em uma blindagem de chumbo acondicionada em uma embalagem plástica de cor azul, semelhante a um balde.
Ainda que seja difícil de abrir, caso seja violada, a carga perde 50% de sua potência a cada 26 horas, o que faria com que os riscos à saúde fossem diminuídos com o tempo, como explica a coordenadora de comunicação do Cnen, Cássia Helena Pereira Lima:
- Se ele [o produto] emitia 10 unidades dessa radiação, 26 horas depois ele passa a emitir cinco. Por isso é conhecido como "meia-vida". Então, praticamente não causa mais riscos.
Os sintomas de uma dose grande de radioatividade, caso o produto tenha sido aberto e ingerido, por exemplo, seriam queimaduras e mal-estar provocado pelo excesso de radiação. Ainda assim, os efeitos seriam pequenos, não havendo risco de vida. 21 dias após ser violado, o material deve ter risco de contaminação igual a zero.
De acordo com uma nova divulgada pelo Cnen, técnicos estão em contato com as autoridades policiais para dar orientações de manipulação do material, caso seja necessário.
Leia as últimas notícias do dia
- Mais sobre:
- rádio gaúcha
- carazinho
- polícia civil