Geral

Irregularidades na Assembleia

Deputado Diógenes Basegio admite contratação irregular de funcionária

Reportagem veiculada pelo Fantástico mostrou suposto esquema de extorsão de salários de funcionários no gabinete do pedetista

Marcelo Bertani / Assembleia Legislativa
O pedetista disse que empregava uma dona de casa porque o marido dela trabalhava em seu gabinete, mas não podia ser contratado

Em entrevista ao programa Gaúcha Repórter (escute abaixo), na tarde desta segunda-feira, o deputado estadual Diógenes Basegio (PDT) admitiu ter contratado uma funcionária "apenas no papel". O pedetista argumentou que empregava a dona de casa Hedi Vieira porque o marido dela trabalhava em seu gabinete, mas não podia ser contratado formalmente por ter uma doença terminal.

TCE pode exigir devolução de recursos públicos utilizados por Basegio

- O senhor Neri Vieira, quando eu assumi o mandato na Assembleia, teve um câncer de próstata, e não podia ser contratado pela Assembleia, mas ele trabalhava, por isso foi feito no nome da dona Hedi - justificou o parlamentar à Rádio Gaúcha.

Segundo reportagem veiculada pelo Fantástico no domingo, Basegio teria participação em extorsão de salários de funcionários e outros esquemas de corrupção. Vídeos gravados por um ex-chefe de gabinete dele e pela reportagem da RBS TV mostraram a denúncia de extorsão e um golpe para aumentar o valor da indenização por uso de veículo particular em serviço.

Assembleia promete maior rigor na fiscalização de gastos com combustível

Em entrevista coletiva, o deputado se defendeu e garantiu que todo o dinheiro que apareceu nas gravações era pessoal, e não verba do gabinete, nem de assessores. Basegio disse que está sendo alvo de denúncias falsas, que tem como único objetivo manchar a sua reputação "enquanto político e cidadão":

Ex-assessor diz que deputado recebia até R$ 30 mil mensais com desvio

- Se manipulei dinheiro, era dinheiro meu, e não de servidor da Assembleia.

O deputado afirmou que Neuromar Gatto, ex-assessor que revelou as suspeitas à reportagem do Fantástico, foi exonerado de seu gabinete - e não pediu demissão, versão que o servidor sustenta - devido ao mau uso do dinheiro público.

- Tivemos, no fim de 2013, uma surpresa muito grande quando descobrimos que o servidor, diariamente, realizava mais de 50 telefonemas para três números, que não tinham nenhuma relação com a Assembleia. Passamos a descobrir que, além de abastecer o seu carro, ele também usava o cartão da Assembleia para abastecer carros de terceiros. Além disso, ele forjava diárias em nome de funcionários. Em um mês e meio, foram 27 diárias retiradas - afirmou o deputado.

Esses seriam os motivos que levaram à demissão de Gatto. Na versão de Bassegio, após a exoneração, o ex-servidor "forjou provas" e "montou cenários" para "denegrir" o trabalho do político.

- Estou decepcionado, mas não arrependido. Estou decepcionado pelas acusações levianas, sem possibilidade de defesa. Não tenho nada a esconder. Se equívocos ocorreram, talvez foi por eu confiar demais numa pessoa que estava há nove anos comigo. Por isso, me coloco à disposição. Vou responder tudo com transparência e clareza - disse Basegio.

O parlamentar declarou ainda que, se ocorreram alterações na contagem dos quilômetros rodados por carros de seu gabinete (conforme mostrou a reportagem), foi por ação de comissionados, entre eles, Gatto. O deputado ainda negou a existência de funcionários fantasmas e disse que deve permanecer na liderança da bancada do PDT na Assembleia.

*Zero Hora, com informações da Rádio Gaúcha

GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais
RBS BRAND STUDIO

Futebol da Gaúcha

18:15 - 21:00