
Em entrevista ao programa Gaúcha Repórter (escute abaixo), na tarde desta segunda-feira, o deputado estadual Diógenes Basegio (PDT) admitiu ter contratado uma funcionária "apenas no papel". O pedetista argumentou que empregava a dona de casa Hedi Vieira porque o marido dela trabalhava em seu gabinete, mas não podia ser contratado formalmente por ter uma doença terminal.
- O senhor Neri Vieira, quando eu assumi o mandato na Assembleia, teve um câncer de próstata, e não podia ser contratado pela Assembleia, mas ele trabalhava, por isso foi feito no nome da dona Hedi - justificou o parlamentar à Rádio Gaúcha.
Segundo reportagem veiculada pelo Fantástico no domingo, Basegio teria participação em extorsão de salários de funcionários e outros esquemas de corrupção. Vídeos gravados por um ex-chefe de gabinete dele e pela reportagem da RBS TV mostraram a denúncia de extorsão e um golpe para aumentar o valor da indenização por uso de veículo particular em serviço.
Em entrevista coletiva, o deputado se defendeu e garantiu que todo o dinheiro que apareceu nas gravações era pessoal, e não verba do gabinete, nem de assessores. Basegio disse que está sendo alvo de denúncias falsas, que tem como único objetivo manchar a sua reputação "enquanto político e cidadão":
- Se manipulei dinheiro, era dinheiro meu, e não de servidor da Assembleia.
O deputado afirmou que Neuromar Gatto, ex-assessor que revelou as suspeitas à reportagem do Fantástico, foi exonerado de seu gabinete - e não pediu demissão, versão que o servidor sustenta - devido ao mau uso do dinheiro público.
- Tivemos, no fim de 2013, uma surpresa muito grande quando descobrimos que o servidor, diariamente, realizava mais de 50 telefonemas para três números, que não tinham nenhuma relação com a Assembleia. Passamos a descobrir que, além de abastecer o seu carro, ele também usava o cartão da Assembleia para abastecer carros de terceiros. Além disso, ele forjava diárias em nome de funcionários. Em um mês e meio, foram 27 diárias retiradas - afirmou o deputado.
Esses seriam os motivos que levaram à demissão de Gatto. Na versão de Bassegio, após a exoneração, o ex-servidor "forjou provas" e "montou cenários" para "denegrir" o trabalho do político.
- Estou decepcionado, mas não arrependido. Estou decepcionado pelas acusações levianas, sem possibilidade de defesa. Não tenho nada a esconder. Se equívocos ocorreram, talvez foi por eu confiar demais numa pessoa que estava há nove anos comigo. Por isso, me coloco à disposição. Vou responder tudo com transparência e clareza - disse Basegio.
O parlamentar declarou ainda que, se ocorreram alterações na contagem dos quilômetros rodados por carros de seu gabinete (conforme mostrou a reportagem), foi por ação de comissionados, entre eles, Gatto. O deputado ainda negou a existência de funcionários fantasmas e disse que deve permanecer na liderança da bancada do PDT na Assembleia.
*Zero Hora, com informações da Rádio Gaúcha