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Grécia intensifica contatos antes de reunião decisiva

Primeiro-ministro Alexis Tsipras conversou por telefone com a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente francês François Hollande e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker

LOUISA GOULIAMAKI / AFP
Alexis Tsipras discursando no parlamento em Atenas

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, intensificou no fim de semana os contatos com as autoridades europeias antes da esperada reunião de cúpula de segunda-feira, que tentará evitar um 'default' (suspensão de pagamento) grego que teria consequências imprevisíveis.

Grécia pressiona Merkel antes de reunião na segunda-feira

Tsipras conversou por telefone neste domingo com a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente francês François Hollande e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para apresentar as propostas do país e tentar um "acordo mutuamente benéfico".

Todos se encontrarão pessoalmente na segunda-feira, na reunião de cúpula extraordinária de líderes da Eurozona, que terá como objetivo concluir cinco meses de complexas negociações com um acordo que afaste a Grécia do default.

Nenhuma informação sobre o conteúdo das propostas foi divulgado, mas o governo de Tsipras destacou que deseja "uma solução definitiva e não provisória".

Em Milão, o chefe de Governo italiano, Matteo Renzi, se mostrou otimista e afirmou que "estão reunidas" todas as condições para um acordo "benéfico para todas as partes".

Hollande, que teve uma reunião com Renzi, afirmou que está fazendo tudo para que o acordo seja "global e duradouro".

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O prazo para alcançar um acordo que permitira a liberação de uma parcela de empréstimo vital para Atenas, de 7,2 bilhões de euros, é cada vez mais curto. Sem a verba, no dia 30 de junho a Grécia pode ficar impossibilitada de pagar mais de 1,5 bilhão de euros que deve ao FMI.

A possibilidade de uma saída da Grécia da zona do euro não deixa de ser mencionada. No sábado, o secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew, afirmou que não é possível saber exatamente a reação dos mercados e seu estado de ânimo se a Grécia fracassar.

Com ou sem o FMI

Vários líderes europeus, incluindo Merkel e Hollande, advertiram que sem um trabalho preparatório a reunião de Bruxelas não servirá para nada.

- Não é um lugar de negociação - disse Hollande, para quem os participantes poderão apenas "constatar um acordo ou, pode acontecer, constatar um desacordo".

Por este motivo, Tsipras viaja ainda neste domingo para Bruxelas, com integrantes de sua equipe.

Na segunda-feira, o premier grego se encontrará com Juncker antes da reunião de cúpula, assim como com dirigentes do BCE e do FMI.

Antes da viagem, Tsipras presidiu neste domingo em Atenas um conselho de ministros para preparar a estratégia ante os credores, que rejeitaram as propostas gregas em uma série de negociações frustrantes.

A Grécia mantém a inflexibilidade a respeito de algumas condições, destacou o ministro de Estado, Nikos Pappas, ao jornal Ethnos.

- Restabelecimento do direito trabalhista, nenhuma redução de salários ou pensões, plano estratégico exaustivo sobre o problema da dívida - disse.

No sábado, no entanto, o ministro de Estado para coordenação do trabalho governamental, Alekos Flambouraris, deu a entender que o governo poderia aceitar acelerar o fim das pré-aposentadorias e reduzir o nível dos impostos sobre os lucros das empresas.

Ao mesmo tempo, ele recordou as condições "indispensáveis" do país: flexibilidade orçamentária e reestruturação da dívida pública, superior a 170% do PIB grego.

Caso o programa de ajuda seja ampliado, Pappas não deseja que o FMI continue participando no resgate à Grécia, ao lado da UE e do BCE.

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Pappas considera que a Europa "não precisa" desta instituição com sede em Washington, que tem "uma agenda unilateral e em nada europeia", e que o continente pode "seguir adiante sem ela e seu dinheiro".

Em um artigo publicado no jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, fez um apelo para que a chanceler alemã atue com responsabilidade.

- (Merkel pode) entrar em um acordo honroso com um governo que recusou o 'programa de resgate' e aspira a uma solução negociada. Ou ceder às tentações de seu governo, que a encoraja a lançar ao mar o único governo grego fiel a seus princípios e que pode levar o povo grego ao caminho da reforma - escreveu Varoufakis.

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*AFP

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