
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira mais uma fase da Operação Lava-Jato. Na 14ª etapa da investigação, batizada de Operação Erga Omnes, são cumpridos oito mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, nove de condução coercitiva e 38 de busca e apreensão, em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Entre os presos estão os presidentes das construtoras Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo. As empresas estão entre as maiores do país no setor, e há suspeitas de irregularidades em contratos com a Petrobras. Saiba quem são os empresários.
Marcelo Odebrecht, presidente da Odebrecht:
Crédito: Edi Pereira / Divulgação

Representante da terceira geração da família Odebrecht, o empresário Marcelo Odebrecht é neto de Norberto Odebrecht, que fundou a empreiteira em 1944, e filho do ex-presidente Emilio - também fundador da Braskem.
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A entrada de Marcelo na Odebrecht ocorreu em 1992, quando ele concluiu o curso de Engenharia na Bahia e trabalhou na construção de um prédio na capital do Estado, Salvador. Dois anos depois, trabalhou em uma hidrelétrica em Goiás e partiu para a Inglaterra, onde a companhia montava duas plataformas de petróleo.
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Na Europa, Marcelo Odebrecht cursou mestrado no International Institute for management Development (IMD) em Lausanne, na Suíça. Depois, teve uma breve passagem pelos Estados Unidos e retornou ao Brasil para atuar na área petroquímica. Em 2002, assumiu o setor de engenharia e construção da empresa. Em dezembro de 2008, aos 40 anos, ele chegou ao topo do conglomerado que lidera até hoje.
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Marcelo Odebrecht é responsável por negócios na construção pesada, petroquímica, açúcar, álcool, petróleo, gás, engenharia ambiental e empreendimentos imobiliários.
Otávio Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez:
Azevedo (D), no contrato firmado para a reforma do Beira-Rio (Crédito: Tadeu Vilani / Agência RBS)

Escolhido executivo da Andrade Gutierrez em 2007, Otávio Azevedo marcou a fase de profissionalização da gestão do grupo, que até então era tocada por Sergio Andrade. Dois anos após chegar ao topo da empresa, Azevedo capitaneou a compra de 33% da Cemig, que introduziu a companhia em uma das maiores empresas do setor elétrico brasileiro.
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O empresário também foi preso pela PF nesta sexta-feira por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Ele lidera um conglomerado com negócios nas áreas de construção civil, telecomunicações, saneamento, concessões rodoviárias, energia e atuação em mais de 30 países. Azevedo foi ativo nas negociações com o Internacional e o governo Dilma Rousseff para as obras de reforma do Beira-Rio, estádio escolhido como uma das sedes da Copa do Mundo do Brasil, em 2014.
- As obras da Copa para as quais eu fui contratado, eu entreguei. Sendo que em uma, que é a do Inter, não só fiz como paguei. Eu sou o investidor do único estádio do Brasil com 100% de recurso privado. O próprio clube colocou uns R$ 26 milhões também. Os outros R$ 400 milhões nós é que botamos - afirmou ele, à época.
Em mais de 20 anos na Andrade Gutierrez, o empresário conduziu a consolidação da companhia na área de telecomunicações, foi ativo na fusão entre a Oi e a Brasil Telecom e tornou-se um dos principais interlocutores em Brasília entre a iniciativa privada e o governo. Antes de chegar à AG, ele acumulou duas décadas de experiência em empresas públicas do país.